O papa Francisco disse que a renúncia de pontífices em vez de atuarem por toda a vida não deve se tornar uma “moda” na Igreja Católica e acontecer apenas em circunstâncias verdadeiramente excepcionais.
Os comentários, feitos em conversas privadas com colegas jesuítas durante sua recente viagem à República Democrática do Congo, foram uma mudança em relação a declarações anteriores nas quais Francisco disse que uma expectativa de vida mais longa e melhorias médicas poderiam tornar os papas eméritos uma instituição na Igreja.
O jornal La Stampa publicou os comentários na quinta-feira em um artigo do padre Antonio Spadaro, um padre jesuíta radicado em Roma que participa das reuniões e depois escreve sobre elas com a permissão do papa.
Em 2 de fevereiro, em Kinshasa, Francisco foi questionado sobre relatos da mídia de que ele poderia renunciar.
Ele repetiu um comentário feito pela primeira vez a um jornal espanhol em dezembro de que, vários meses após sua eleição em 2013, ele deu a uma autoridade do Vaticano uma carta de renúncia para ser usada caso um dia ele sofresse de uma condição médica grave que o deixasse permanentemente inconsciente e incapaz de tomar decisões.
“Isso não significa, no entanto, de forma alguma, que a aposentadoria dos papas deva se tornar, digamos, uma moda, uma coisa normal”, disse ele.
“Acredito que o ministério papal deve ser vitalício. Não vejo razão para que não seja assim … a tradição histórica é importante. Se, em vez disso, dermos ouvidos a fofocas, teríamos que mudar de papa a cada seis meses”, afirmou.
Em 2013, o papa Bento 16, alegando saúde física e mental frágeis, tornou-se o primeiro pontífice a renunciar em 600 anos.