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Presidente dos EUA, Joe Biden, durante pronunciamento nesta quinta-feira, 16, sobre os balões abatidos pelo país nos últimos dias Foto: Kevin Lamarque/Reuters
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quinta-feira 16 de fevereiro de 2023 às 16:59h

Joe Biden diz que derrubará qualquer objeto que represente ameaça aos EUA

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira (16) que derrubará qualquer objeto que represente uma ameaça à segurança do país, como o balão chinês abatido no dia 4. De acordo com o presidente americano, o governo também está sob a posse de partes importantes do equipamento da China, que os EUA acusam de servir para espionagem.

Biden confirmou que o país mudou os filtros de radares para detectar outros balões, o que levou a derrubada de outros três objetos na última semana, e que estes não pertenciam à China e não faziam parte de um programa de espionagem. “Os três objetos são provavelmente balões ligados a empresas privadas, instituições de recreação ou pesquisa, estudando o clima ou realizando outras pesquisas científicas”, disse ele.

Segundo ele, a detecção repentina de balões não foi causada por um aumento do número de objetos no espaço aéreo dos EUA, mas por causa da mudança nos filtros dos radares. Ele também afirmou ter ordenado uma revisão das medidas de vigilância sobre o espaço aéreo dos EUA e garantiu que não vai derrubar todos os balões que identificar. “Mas não se engane. Se qualquer objeto representar ameaça à segurança, proteção e ao povo americano, eu o derrubarei”, declarou.

Após a derrubada dos últimos balões, democratas e republicanos cobraram um trabalho melhor de saber quais objetos legítimos estão no espaço aéreo, para que seja possível diferenciar os atípicos. Novas regras serão aplicadas, disse Biden, mas os critérios vão permanecer confidenciais para não comprometer a segurança do país.

Uma diferença notável entre o balão chinês e os outros três abatidos é a altura que estavam voando. Os três últimos voavam na altura dos aviões comerciais, enquanto o balão chinês estava mais alto, a 18 quilômetros de altura. Mark Lewis, ex-cientista-chefe da Força Aérea dos EUA, diz que esse é “um ponto ideal” para balões de reconhecimento. “Se você olhar para as velocidades do vento na atmosfera, há um tipo de ponto baixo na faixa de 60.000 a 65.000 pés (18 km a 19,8 km). É um bom lugar para colocar um balão”, disse.

As autoridades dos EUA afirmam que o balão chinês faz parte de um programa global de espionagem do país asiático que existe desde 2019, com foco principal na capacidade de rastrear a atividade militar dos EUA no Pacífico. A China nega que o balão tinha uma finalidade de espionagem e diz que os EUA teve uma reação exagerada.

A aparição do objeto agravou a relação entre os dois países. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelou uma viagem à Pequim após a descoberta do balão e a Câmara dos Representantes dos EUA votou por unanimidade para condenar a China por “violação descarada” da soberania dos EUA e por “esforços para a comunidade internacional por meio de falsas alegações sobre suas campanhas de coleta de informações”.

Em uma conferência de imprensa nesta quarta-feira, 15, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse para os americanos “refletirem sobre si mesmo”. “Pare de difamar e atacar a China e pare de enganar o povo americano e a comunidade internacional. A China se reserva o direito de tomar outras reações necessárias”, disse.

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