O senador Fabiano Contarato (PT-ES), líder da bancada petista na Casa, teceu críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas afirmou que o presidente Lula (PT) não vai destituí-lo do cargo.
O presidente não cogita destituir Campos Neto, que terá seu mandato respeitado, sem prejuízo de discutirmos o desacerto desse modelo para o futuro. Ao aludir ao papel do Senado, apenas refere ao que está na lei, sem manifestar qualquer intenção política nesse sentido.”
Em postagem nas redes sociais, Contarato destacou que é atribuição do presidente da República responder pela economia do país, mas ressaltou que com a autonomia do BC o chefe do Executivo “foi privado de influenciar um de seus elementos centrais: a política monetária”.
Contarato afirmou que em um regime democrático “a burocracia não pode substituir a decisão política fundamental por uma razão muito simples: ela não se sujeita ao controle legitimador e corretivo das urnas”.
Por fim, o líder do PT no Senado destacou que esse assunto é um tema “sensível”, que requer “entendimento em prol do país, para desarmar a armadilha fiscal e monetária herdada, permitindo a retomada econômica”.
“Temos a nosso favor o diálogo, o respeito às instituições e a liderança do presidente Lula”, completou Fabiano Contarato.
A relação entre Lula e Roberto Campos Neto ficou estremecida após o Banco Central manter a taxa de juros em 13,75%, a mesma do fim do governo Jair Bolsonaro (PL), o responsável por indicar Campos Neto para a presidência da autarquia financeira.
Para o ex-presidente do BC Henrique Meirelles, esse cenário é “prejudicial” para o trabalho do órgão, e disse ser “inútil” criticar a independência da autarquia.
Ao UOL News, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) afirmou que Campos Neto é um “infiltrado do bolsonarismo” no Banco Central. A parlamentar ressaltou que a taxa básica de juros em 13,75% é boa apenas para “alguns detentores de título da dívida”.