O governo Lula decidiu segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha, calibrar a disputa com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, já no fim de semana, quando o presidente escalou suas críticas ao dirigente da instituição.
Mesmo concordando com o presidente e pressionando Campos nos bastidores —ministros chegaram a evitar contato direto com ele, pedindo que auxiliares o atendessem para conversar—, a conclusão foi a de que o custo de seguir na queda de braço com ele seria alto para o governo.
Campos também evitou romper o diálogo e seguiu buscando interlocutores diretos do presidente Lula (PT) para conversar.
Na terça-feira (7), a ata do Banco Central que explicava a manutenção das taxas de juros em 13,75% citou as intenções da equipe econômica de zerar o déficit público.
O documento do BC trouxe uma avaliação positiva sobre o pacote apresentado pela equipe econômica do governo Lula em 12 de janeiro.
A autoridade monetária afirmou que, embora só trabalhe em seus cenários com políticas já implementadas, a execução do pacote que promete uma melhora fiscal de R$ 242,7 bilhões poderia reduzir a pressão sobre a inflação.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) também ensaiou erguer a bandeira branca, afirmando que a ata tinha sido “um pouco mais amigável em relação aos próximos passos que precisam ser tomados”.