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terça-feira 31 de janeiro de 2023 às 09:01h

Percepção de corrupção no Brasil ocupa 94º posição mundial

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O Brasil se manteve estagnado no índice de percepção de corrupção calculado pela instituição Transparência Internacional em 2022 e em uma escala de 0 a 100, alcançou apenas 38 pontos, mesma nota obtida nas duas edições anteriores do ranking. O resultado coloca o país empatado com Argentina, Etiópia, Marrocos e Tanzânia. Apesar da nota inalterada, o Brasil passou da 96a para a 94a colocação entre os 180 países e territórios avaliados, em razão da piora da nota de outros países.

Este desempenho coloca o país abaixo da média global, que é de 43 pontos, e abaixo da média regional da América Latina e Caribe (41 pontos). Também é inferior à pontuação do BRICS (grupo de países formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que foi de 39 pontos. O número também deixa o Brasil em uma posição inferior à média do G-20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia, que teve 53 pontos.

O índice de percepção de corrupção é feito a partir da análise de dados, pesquisas e avaliações de especialistas. É elaborado desde 1995, mas teve uma padronização metodológica em 2012 que permitiu traçar uma comparação histórica a cada ano.

Segundo o documento publicado pela Transparência Internacional, a estagnação do Brasil na percepção da corrupção reflete “o desmanche acelerado dos marcos legais e institucionais anticorrupção que o país havia levado décadas para construir”.

“Junto com o retrocesso na capacidade de enfrentamento da corrupção, o Brasil sofreu degradação sem precedentes de seu regime democrático, como destacado pelo relatório Retrospectiva Brasil 2022, lançado hoje pela Transparência Internacional – Brasil”, diz a organização.

O ranking da percepção de corrupção é liderado pela Dinamarca, que obteve 90 pontos, seguida por Finlândia e Nova Zelândia, ambas empatadas com 87 pontos. Isso significa que é muito baixa a percepção desse tipo de ilícito na administração pública desses países. No extremo oposto, os países com as piores avaliações pelo IPC de 2022 foram Somália (12), Síria e Sudão do Sul (ambos com 13) e Venezuela (14), todos estes envolvidos em conflitos prolongados.

Entre os fatos destacados, a organização cita o que classifica como “blindagem de Bolsonaro e seus aliados” fruto de uma “neutralização da Procuradoria-Geral da República”.

“As omissões da PGR em 2022 tiveram graves consequências para a impunidade das condutas criminosas apuradas pela CPI da Pandemia, o desmanche continuado da governança ambiental e de proteção aos direitos indígenas, o avanço desimpedido de movimentos golpistas e ataques às instituições democráticas, além de retaliações a membros do próprio Ministério Público atuantes em casos de corrupção”, afirma.

Ainda segundo a entidade, a série histórica do índice de percepção da corrupção aponta que o Brasil teve o que chamam de “década perdida no combate à corrupção”. No período que vai de 2012, quando uma mudança na metodologia do índice passou a permitir comparação em série histórica, a 2022, o país perdeu 5 pontos e caiu 25 posições no ranking, caindo da 69ª para a 94ª colocação.

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