O secretário-geral das Nações Unidas expressou grande preocupação com o número de mortes ocorridas após protestos no Peru. As informações são da ONU News.
António Guterres solicita às autoridades do país que realizem investigações “rápidas, eficazes e imparciais” sobre as manifestações causadas pelas crises políticas.
Dissolução do Congresso
Segundo agências de notícias, mais de 50 pessoas morreram nos protestos desde a prisão do ex-presidente Pedro Castillo, deposto pelo Congresso em dezembro.
Agora, as manifestações em várias cidades exigem a renúncia da vice-presidente de Castillo que assumiu o poder, Dina Boluarte. Os manifestantes querem ainda a dissolução do Congresso e a convocação urgente de eleições presidenciais.
Manifestações em várias cidades peruanas, incluindo Lima, exigem a renúncia de Dina Boluarte, a dissolução do Congresso e a convocação urgente de eleições
Banco Mundial/Franz Mahr Manifestações em várias cidades peruanas, incluindo Lima, exigem a renúncia de Dina Boluarte, a dissolução do Congresso e a convocação urgente de eleições
Boluarte disse que vai continuar no cargo até 2026, quando acabaria o mandato de Castillo. Mas após os protestos, ela propôs antecipar as eleições. Um acordo nesse sentido foi adotado pelo Congresso para que o pleito aconteça no próximo ano.
Compromissos internacionais
Em comunicado emitido pelo porta-voz, o chefe da ONU pede moderação para que seja evitada uma nova escalada de violência. Guterres reitera o apelo ao governo peruano para cumprir seus compromissos internacionais sobre direitos humanos.
A mensagem enfatiza a importância de protestos pacíficos, com respeito ao direito à vida e à propriedade.
Guterres considera essencial criar as condições para um diálogo significativo e inclusivo entre o governo peruano e os manifestantes para se lidar com a atual crise.
O secretário-geral destaca que mesmo em tempos de emergência pública, as medidas que suspendem o direito de reunião pacífica devem ser limitadas ao que é “estritamente exigido pela situação e ser consistentes com outras obrigações sob o direito internacional”.