A demissão de um comandante do Exército não é, evidentemente, algo trivial. Ainda mais de acordo com a coluna de Lauro Jardim, com apenas 20 dias de governo. Nos últimos 60 anos, somente duas vezes tal situação ocorreu.
Em 1977, quando Ernesto Geisel demitiu Sylvio Frota, um general linha duríssima que queria comandar um golpe de estado e tomar o poder, relembra o colunista do O Globo.
E, em março do ano passado, quando Jair Bolsonaro (PL) trocou de uma só vez os comandantes das três Forças Armadas: Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica). Na véspera, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, havia pedido demissão.
Bolsonaro botou em seu lugar o general Braga Netto. Era um momento em que o então presidente quis enquadrar os comandantes das três forças. O trio queria distanciamento da política. Bolsonaro, no entanto, ambicionava outra coisa: comandantes leais aos seu projeto autoritário.