O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prestou nesta última sexta-feira (13) conforme o Estadão, depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de duas horas e meia sobre os atos golpistas que ocorreram na Praça dos Três Poderes.
O delegado responsável perguntou se ele sabia dos protestos e do risco de atos violentos. O emedebista negou ter sido omisso, mas afirmou que não tinha conhecimento da possibilidade de ações radicais.
Ibaneis disse que os órgãos de segurança do governo Distrito Federal estavam cientes da manifestação e prepararam um protocolo integrado de ações.
Ele também afirmou que os responsáveis pela segurança do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal (STF) participaram da criação desse protocolo.
Ainda segundo o governador, como gestor, ele não esteve nas reuniões para elaboração desse plano e não tinha a atribuição de ‘examinar em minúcias’ questões operacionais de segurança.
O governador afastado negou conivência com as manifestações antidemocráticas e afirmou que, pouco antes da invasão aos prédios dos Poderes, recebeu a informação de que a situação estava controlada.
Em áudio, o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em exercício, delegado Fernando de Sousa Oliveira, disse que as coisas estavam transcorrendo de maneira “tranquila, ordeira e pacífica”. A gravação foi compartilhada pelo governador com os investigadores.
Ibaneis declarou que recebeu mensagens do ministro da Justiça, Flávio Dino, alertando sobre a chegada de vários ônibus com manifestantes em Brasília. Ele disse que a informação foi repassada para a Secretaria de Segurança.
O governador contou que acompanhava os protestos pela televisão e que, assim que a manifestação começou a sair do controle, imediatamente entrou em contato com o secretário de Segurança em exercício e deu ordem para que todas as providências fossem tomadas para esvaziar o prédio do Congresso Nacional, o primeiro a ser invadido, e para prender os vândalos.