Os países em desenvolvimento venderam enormes 39 bilhões de dólares em títulos internacionais desde o início do ano, com os investidores dispostos a acumular dívidas mais arriscadas, pois apostam que as taxas de juros globais estão chegando ao pico. As informações são da Reuters.
Na primeira quinzena de janeiro, 11 países lançaram mais de 20 emissões de títulos denominados em dólares e euros. A escala de empréstimos supera o recorde anterior de 26 bilhões de dólares captados no mesmo período de 2018, mostram dados do Morgan Stanley.
Todas as vendas tiveram subscrições pelo menos três vezes maiores, um sinal de que o apetite por dívidas de mercados emergentes está de volta depois de um ano em que muitos países foram efetivamente impedidos de entrar nos mercados devido ao aumento das taxas de juros globais.
A Arábia Saudita é o maior tomador de empréstimos até agora, tendo vendido 10 bilhões de dólares em títulos de cinco, dez e 30 anos.
A emissão acumulada no ano já é equivalente a 40% de todas as emissões de mercados emergentes em títulos de moeda forte em 2022, disse Simon Waever, estrategista do Morgan Stanley.
Embora os mercados de títulos emergentes tenham tido um começo estrondoso, isso pode não se traduzir em um ano abundante no geral.
O Morgan Stanley prevê que as vendas brutas totais de dívida soberana em 2023 atinjam 143 bilhões de dólares, impulsionadas pelas vendas do Oriente Médio e Norte da África e países com grau de investimento na Ásia. Isso está bem acima da marca de 95 bilhões de dólares do ano passado, mas bem abaixo do recorde de 233 bilhões de dólares em 2020.