Um dia após o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nomear seu concunhado, Maurício Pozzobon Martins, para cargo de “Assessor Especial II” na administração paulista, ele recuou da decisão e tornou o ato sem efeito. A medida foi publicada no diário oficial desta quinta-feira (12). O cargo para o qual Mauricio tinha sido nomeado tinha um salário líquido que chega a R$ 21,5 mil.
“Tornando sem efeito, o decreto publicado no D.O. de 11-1-2023, na parte que nomeou Mauricio Pozzobon Martins, RG 4.165.977 SSP/DF, no cargo de Assessor Especial do Governador II, da EV-C a que se refere a LC 1.080-2008, alterada pela LC 1.306-2017, do SQC-I-QCC”, afirma o documento.
Como publicou o Estadão, Tarcísio havia nomeado, além de Pozzobon, o cunhado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Diego Torres Dourado, para o mesmo cargo de “Assessor Especial I”, também com salário líquido em torno de R$ 21,5 mil.
Maurício Pozzobon é Militar da Reserva e é dele a casa alugada por Tarcísio no município de São José dos Campos, no interior de São Paulo, usada pelo governador para justificar seu domicílio eleitoral em São Paulo no pleito que o elegeu em 2022. O chefe do Executivo estadual, nascido no Rio de Janeiro, morava em Brasília antes de ser indicado por Bolsonaro para concorrer em São Paulo.
Pozzobon também atuou na Infraero e chegou a ser contratado por Tarcísio para atuar na campanha eleitoral com serviços de administração financeira.
Já Diego Torres Dourado, que não teve o ato de nomeação anulado, é irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ele foi assistente parlamentar do Senado e, durante a campanha, ajudou Tarcísio a se aproximar da militância bolsonarista.
A reportagem questionou a assessoria de imprensa do governo de São Paulo sobre o porquê do recuo na nomeação de Pozzobon, mas não obteve retorno até a publicação.