Parlamentares da região de Vêneto, na Itália, começaram a pressionar a prefeita da comuna de Anguillara para que ela revogue a cidadania honorária concedida ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2021.
A concessão da controversa honraria voltou a ser tema de debate na região na qual nasceu o bisavô do ex-presidente após os atos golpistas do último domingo, que vandalizaram as sedes dos três poderes em Brasília. Entre os partidos que voltaram a pedir a revogação da cidadania estão o Partido Democrático, o Movimento Cinco Estrelas, os Verdes e a Refundação Comunista, segundo o jornal Corriere del Veneto.
Ligada ao partido de extrema-direita Lega Nord, Alessandra Buono, a prefeita de Anguillara responsável pela concessão da honraria a Bolsonaro, não se manifestou sobre o tema. A cidadania foi concedida em novembro de 2021 durante uma viagem do ex-presidente a Itália.
“Após a tentativa de golpe no Brasil por partidários do ex-presidente, só podemos confirmar o absurdo desse reconhecimento que pedimos para ser revogado com urgência”, declararam os parlamentares regionais Vanessa Camani e Andrea Zanoni, do Partido Democrático, ao jornal Podova Oggi.
Outra conselheira regional, Elena Ostanel, do partido “Veneto che Vogliamo”, também se manifestou contra a cidadania do brasileiro, após comparar as cenas de domingo com as da invasão do Capitólio feita por apoiadores de Donald Trump em 2020.
“A Região não pode ficar parada assistindo: peça ao Município de Anguillara Veneta que retire imediatamente a cidadania honorária”, escreveu a parlamentar em suas redes sociais, dirigindo-se aos seus eleitores.
A conselheira regional Erika Baldin, do Movimento Cinco Estrelas, foi uma das que voltou a se posicionar contra a cidadania honorária de Bolsonaro. Ela propôs a votação de uma resolução em apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Conselho Regional de Vêneto.
— Estamos diante de fatos muito graves. O ataque às instituições democráticas por parte dos seguidores de Bolsonaro é um ataque à democracia e não pode ser tolerado de forma alguma. Peço à Região, em primeiro lugar ao Presidente Zaia, que se solidarize com o Presidente Lula e às instituições democráticas votando a favor da minha resolução o mais rápido possível — declarou.