As motocicletas e scooters elétricos são uma das formas mais baratas de se iniciar na mobilidade elétrica no Brasil, e segundo o mais recente levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), a venda desses veículos teve um aumento de 346% no ano de 2022.
De acordo com a Fenabrave, foram mais de 7.200 unidades de motos e scooter elétricos vendidos em 2022, um número que apesar de pequeno, reflete o interesse crescente na mobilidade elétrica. Porém, comparando com o total de motocicletas vendidas no ano, os modelos eletrificados ainda representam uma fatia muito pequena do mercado.
“Foram pouco mais de 7,2 mil unidades emplacadas em 2022, um volume ainda tímido, mesmo se considerarmos apenas o segmento de motocicletas, que emplacou 1,3 milhão de unidades. Mas acompanhamos, com interesse, o desenvolvimento desses veículos”, comentou Andreta Jr., Presidente da Fenabrave.
A líder do mercado é a brasileira Voltz , com 4.546 unidades comercializadas, frente às 967 unidades de 2021. A meta da marca é crescer ainda mais, graças à nova fábrica localizada em Manaus (AM), onde são fabricados atualmente o scooter elétrico EV1 e a moto elétrica EVS, com potência similar à um modelo de 125 cc .
No ano de 2022, foram 1.362.129 unidades de motocicletas emplacadas, o melhor resultado dos últimos oito anos, segundo a Fenabrave, e a federação espera que segmento cresça 9% em 2023 .
“Em que pese tenhamos um crédito mais restrito, o consórcio deverá representar um facilitador para a aquisição desses veículos este ano”, defende o Presidente da Fenabrave.
O problema das motocicletas elétricas é a baixa autonomia e o alto custo de aquisição, funcionando mais para deslocamentos urbanos individuais.
Os modelos da chinesa Shineray , por exemplo, possuem preços mais convidativos que os da Voltz , mas a autonomia (menor que 100 km) inviabiliza o uso para serviços de entregas , já que os motociclistas não podem esperar horas enquanto as baterias carregam, e o serviço de estação de troca de baterias para motos ainda não é muito difundido no Brasil.
Uma Honda CG , por exemplo, consegue rodar 600 km com um tanque de combustível, podendo cruzar as metrópoles do país com pausas de poucos minutos para reabastecimento, algo impossível em uma moto elétrica.
Esse cenário irá mudar aos poucos, depende dos avanços tecnológicos das baterias elétricas , e podem ser acelerados quando grandes fabricantes do setor de duas rodas, tais como Honda, Kawasaki , Yamaha, e BMW , por exemplo, decidirem investir mais no setor elétrico, o que já começa a acontecer na Europa.