O Brasil deve exportar 4,33 milhões de toneladas de milho em janeiro, quase o dobro do volume de 2,2 milhões de toneladas do mesmo mês de 2022, enquanto tende a reduzir as vendas externas de soja no período, disse nesta quarta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
O forte desempenho do milho vem após exportação recorde de 43,17 milhões de toneladas registrada pelo país em 2022, versus 20,6 milhões em 2021.
Além de um aumento no volume produzido na segunda safra 2021/22, após seca e geadas terem atingido as lavouras da temporada anterior, a demanda externa pelo cereal do Brasil foi ampliada pela redução nas exportações da Ucrânia em guerra e pela abertura do mercado chinês ao produto brasileiro.
Por outro lado, baseada na programação de navios nos portos, a Anec estima embarques de 1,3 milhão de toneladas para a soja em janeiro, contra 2,28 milhões no mesmo período do ano passado, segundo a primeira projeção da entidade para janeiro.
A colheita da safra 2022/23 da oleaginosa já está em andamento em alguns pontos de cultivos precoces em Mato Grosso, mas tende a se intensificar somente em meados de janeiro. No início de 2022, havia maior disponibilidade de grãos da safra velha para embarques.
No acumulado do ano passado, as vendas externas de soja atingiram 77,8 milhões de toneladas em 2022, versus recorde de 86,6 milhões um ano antes, diante de uma quebra na safra da oleaginosa na região Sul.
A Anec também estimou exportações de 1,34 milhão de toneladas de farelo de soja para este mês, ante 1,58 milhão no comparativo anual. Em 2022, as vendas externas somaram 20,4 milhões de toneladas, contra 16,8 milhões no ano anterior.
O Brasil ainda deve exportar 280.715 toneladas de trigo em janeiro, volume bem inferior aos 695.953 toneladas enviado ao exterior em janeiro de 2022, de acordo com a Anec.
No total, o país exportou 3,2 milhões de toneladas de trigo no ano passado, um volume histórico que representou aproximadamente o triplo do total de 2021.