O novo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) acaba de ser eleito e conseguiu uma proeza maior do que Angelo Coronel (PSD), que também saiu dos bastidores da Casa para comandá-la. Nelson Leal (PP), eleito deputado pela primeira vez por um partido de maior musculatura, o PP, submergiu logo após garantir o acordo que o elegeu nesta sexta-feira (1º). Leal desbancou o PSD e o PT na disputa pela presidência da AL-BA.
Nelson Leal sempre foi um deputado discreto no trato com a imprensa. E até mesmo na própria Assembleia. Talvez o momento de maior exposição dele tenha acontecido exatamente na eleição de Coronel.
Empresário e produtor, Nelson Leal é sócio-fundador da Associação dos Produtores de Mangas de Livramento de Nossa Senhora, APROMAL. Ele cursou o Primário na Escola Anexa Centro Educacional João Vilas Boas, 1980, e o Secundário no Centro Educacional João Vilas Boas, Livramento de Nossa Senhora – BA, e no Colégio Alfred Nobel, Salvador, 1987. Cursou Engenharia Civil na Universidade Católica do Salvador, 1990 a 1996. Foi também vice-presidente do diretório acadêmico da Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Católica do Salvador, 1992.
História na AL-BA
Leal era considerado por Marcelo Nilo um cabo eleitoral – à época, ele e o ex-presidente que buscava à reeleição eram correligionários no PSL. No entanto, junto com o PCdoB, o novo presidente mudou de lado e passou a acompanhar o projeto de Coronel para pôr fim ao reinado de 10 anos de Nilo na direção da AL-BA. Ali Leal apareceu de maneira mais incisiva na imprensa, apesar dos quatro mandatos em que esteve na casa.
A transformação dele em candidato único também não foi simples. Ele e o PP fizeram apostas para garantir um dos maiores orçamentos da Bahia. Primeiro porque Leal era um recém-chegado ao PP. Em teoria, a antiguidade de outros nomes do partido deveria valer antes da apresentação dele como candidato. Mas o vice-governador, João Leão, bancou o nome de Leal na disputa.
Foi quando aconteceu o embate mais emblemático. O PSD de Coronel não pretendia abrir mão da Assembleia e o PT, com a maior bancada, tentou construir uma candidatura. No entanto, o desenho da chapa do governador Rui Costa em 2018 e o aval pessoal do chefe do Executivo acabaram por validar a união em torno do progressista, que foi publicamente apresentada após um encontro na governadoria.