Jamil Chade, do UOL, o Itamaraty recebeu informações nesta manhã de domingo (1º) que a Venezuela não será representada pelo presidente Nicolas Maduro, na posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Caracas indicou para a chancelaria brasileiro que a delegação venezuelana será liderada pelo presidente da Assembleia Nacional do país, Jorge Rodrigues.
As sanções americanas impostas sobre qualquer empresa que mantenha relações comerciais com o governo de Nicolas Maduro colocaram um obstáculo extra para o desembarque do presidente da Venezuela para a posse.
Por conta do embargo, empresas que reabasteceriam o avião de Maduro para permitir que ele volte ao seu país podem ser punidas pelo governo americano, impedindo que tais companhias possam operar em território americano ou mesmo que usem o sistema financeiro dos EUA. Antes de fechar um contrato de abastecimento, portanto, essas empresas no aeroporto de Brasília querem ter garantias de que, depois, não serão punidas pelo governo dos EUA por ter entrado em uma relação comercial com os venezuelanos, ainda que seja apenas o abastecimento de um avião.
Esse foi o segundo impasse que a viagem de Maduro enfrentou. O primeiro era uma portaria de Jair Bolsonaro que, em 2019, passou a proibir que as autoridades venezuelanas pisassem em território brasileiro.
Lula, que tinha como meta reunir a América do Sul em sua posse, insistiu para que a questão fosse solucionada.
Mas o governo Bolsonaro se recusou a aceitar revogar a portaria. Há uma semana, Lula chegou a desistir e Maduro acenou que entenderia a situação. Mas, para a a surpresa até mesmo dos assessores do petista, Bolsonaro revogou a lei nesta quinta-feira. Não haveria garantias de que o processo de preparação pudesse ser completado diante do pouco tempo que existia até a posse.