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O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) Vinícius Rosa / Divulgação
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segunda-feira 26 de dezembro de 2022 às 08:26h

Sem PSDB no governo de SP, Tarcísio arrisca maioria folgada na Alesp

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Por quase três décadas, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) garantiu aos governadores do PSDB uma gestão sem grandes embates, com maioria folgada de votos e a manutenção de uma rede de apoio de prefeitos no interior, em parceria com deputados. Primeiro a ocupar o Palácio dos Bandeirantes após 28 anos de tucanato, Tarcísio de Freitas (Republicanos) também deve ter maioria na Casa, mas há dúvidas se ele conseguirá manter o longo ciclo de cumplicidade entre Legislativo e Executivo no estado de maior população e PIB do país.

Às vésperas do Natal, Tarcísio estimulou incertezas ao deixar fora do primeiro escalão do governo PSDB, MDB e União Brasil. Somados, são 20 votos que podem pender para a oposição, a depender do tema em votação. Os tucanos, por exemplo, que terão nove cadeiras na Alesp, esperavam comandar duas secretarias. As informações são de Cleide Carvalho e Guilherme Caetano, do O Globo.

Líder do Republicanos na Alesp, o deputado Gilmaci Santos, segue otimista e calcula que a situação deve ter entre 60 e 65 deputados na nova legislatura, podendo aumentar. A casa tem 94 cadeiras.

Ele avalia como “estreita” a faixa para surgimento de grupos independentes — que não fazem oposição, mas nem sempre votam de acordo com a vontade do governador. Gilmaci aposta na atuação de Gilberto Kassab, presidente do PSD e escolhido para cuidar da articulação política da nova administração, para azeitar a relação entre o Bandeirantes e a Assembleia.

Mas não é só a base de apoio ao novo governador que aguarda a movimentação de Kassab para saber como as coisas devem andar na assembleia. O PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, diz que vai esperar pelas reuniões que Tarcísio e o futuro comandante da Casa Civil paulista prometem ter com as bancadas da Alesp em janeiro.

Um integrante do partido, que prefere não ser identificado, afirma que o PSB, que elegeu três deputados, se manterá “independente” em São Paulo. A expectativa, segundo esse político, é Kassab construir uma ponte com bancadas de centro-esquerda e servir de anteparo para extremistas que eventualmente queiram falar pelo governador.

A posição contraria a expectativa petista na Alesp. Ao calcular o tamanho da oposição, deputados do partido do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, costumam somar os três votos do PSB.

Os deputados eleitos em outubro só tomam posse em 15 de março. Sem o PSB, esquerda e centro-esquerda terão 25 dos 94 deputados: PT (18), PSOL (5), PCdoB (1) e Rede (1).

— A Alesp é tão subserviente que está esperando que o novo governo chame para negociar — diz a deputada Mônica Seixas, líder da bancada do PSOL.

Mas ainda que esteja longe de conseguir rejeitar projetos por maioria nas votações — que requer 48 votos —, a esquerda estará turbinada. Na legislatura que se encerra, tem apenas 16 parlamentares.

Líder das minorias na Alesp, o deputado Jorge do Carmo (PT), reafirma a intenção de aprovar propostas consideradas boas para o estado, como o partido sempre fez.

— Não vamos fazer oposição por oposição, mas estaremos atentos e temos conversado muito com o PSB e com o PDT. Já enfrentamos práticas bolsonaristas, com negacionismo na ciência, nas questões de gênero e nas vacinas e temos de votar juntos para evitar retrocessos — afirma Carmo.

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