A ativista Anielle Franco, irmã da vereadora carioca assassinada Marielle Franco, será a futura ministra da Igualdade Racial do governo do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela se reuniu nesta quarta-feira (21) com o petista para formalizar o processo de nomeação, que deve ser oficializado na manhã desta quinta-feira (22). Políticos do entorno de Lula confirmaram que Anielle ocupará a pasta a ser recriada.
Lula fará um pronunciamento na sede do governo de transição, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde é esperando que ele anuncie a maioria de seus ministros, conforme antecipou o futuro chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT). Havia um impasse em torno da nomeação de Anielle para a pasta da Igualdade Racial. A ativista, que dirige o Instituto Marielle Franco, integrou o grupo temático de Mulheres na transição e demonstrava interesse em comandar essa área no ano que vem.
O nome de Anielle, porém, teria enfrentado resistência da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, que deseja ter uma ex-colega de trabalho na estatal Itaipu Binacional no comando da pasta das Mulheres. A ativista então passou a ser cotada para assumir a Igualdade Racial e, nas últimas semanas, desbancou o sociólogo petista Marvs Chagas, secretário de Planejamento do território e Participação Popular da Prefeitura de Juiz de Fora (MG).
Anielle passou a contar mais recentemente com o apoio de setores dos movimentos antirracistas, como a Coalizão Negra por Direitos. No arranjo político para ocupar a pasta, a ativista deve ter Martvs como secretário de Promoção da Igualdade Racial, na SEPPIR. A equipe de Anielle deve contar ainda com Douglas Belchior (PT) na presidência da Fundação Palmares. Ele foi candidato a deputado federal por São Paulo e presidente da ONG de educação popular Uneafro.