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quarta-feira 21 de dezembro de 2022 às 14:08h

O que muda com o projeto de lei que permite produtores rurais fiscalizarem as suas próprias fazendas

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Um projeto de lei aprovado pelo Senado na noite de terça-feira (20) vai permitir que os próprios agricultores e pecuaristas fiscalizem a sua produção de alimentos e criação de animais.

Segundo reportagem de Paula Salati e Vivian Souza, do portal g1, essas atividades são, hoje, exercidas exclusivamente por fiscais do Ministério da Agricultura.

O texto, que ficou conhecido como PL do Autocontrole, já passou pela Câmara dos Deputados e segue, agora, para a sanção presidencial.

A nova legislação abrange ainda o monitoramento da compra de matérias-primas, como fertilizantes e agrotóxicos, até o envio do produto para a venda.

Ambientalistas afirmam que a proposta diminui o rigor na fiscalização, colocando em risco a segurança dos alimentos e o bem-estar animal.

Como é a fiscalização hoje

  • Fiscais do Ministério da Agricultura são responsáveis por monitorar e controlar toda a aplicação das normas sanitárias e de bem-estar animal em toda a indústria agropecuária, tanto para o consumo interno quanto para exportação;
  • Em empresas maiores, como nos grandes frigoríficos, há fiscais todos os dias para averiguar se todos os procedimentos estão acontecendo corretamente, explica Macedo, da Anffa. Empresas menores recebem visitas de tempos em tempos;
  • Caso os fiscais identifiquem algum tipo de irregularidade, diversas ações podem ser tomadas, desde advertência e multas ao fechamento do estabelecimento;
  • São os fiscais do Ministério da Agricultura que decidem sobre a aplicação das advertências, multas e fechamentos.

Como pode ficar

Caso o projeto de lei seja sancionado pelo atual presidente Jair Bolsonaro:

  • As empresas serão responsáveis por criarem os seus próprios programas de fiscalização e contratarem profissionais para monitorarem a produção de alimentos, a criação e a saúde dos animais;
  • O Ministério da Agricultura poderá credenciar empresas ou pessoas físicas para a prestarem serviços técnicos ou operacionais relacionados às atividades de defesa agropecuária;
  • Caberá ao governo fiscalizar o andamento desses programas – a forma como isso será feito e o papel dos fiscais públicos ainda não foram detalhados, diz Macedo;
  • Entre as informações a serem prestadas pelas empresas, estão registros de toda a produção, desde à compra e a recebimento da matéria-prima até o envio do produto para a venda.
  • Pequenos agricultores não serão obrigados a aderirem a autofiscalização;
  • O Ministério da Agricultura vai continuar decidindo sobre as multas, mas as empresas vão poder recorrer a uma comissão formada pelo próprio Ministério da Agricultura, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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