O Peru declarou o embaixador do México em Lima como “persona non grata” e ordenou na última terça-feira (20) que ele deixe o país, anunciou a ministra das Relações Exteriores do Peru, na mais recente escalada de tensões entre os dois países depois da destituição de Pedro Castillo como presidente do Peru.
A ordem abrupta, uma medida severa no mundo da diplomacia, dá ao enviado do México ao país sul-americano apenas 72 horas para sair.
A decisão do governo peruano veio horas depois que o principal diplomata do México anunciou que seu país concedeu asilo à família de Castillo, que está detido e enfrenta acusações de rebelião depois de tentar o que críticos rotularam de golpe em 7 de dezembro.
O Ministério das Relações Exteriores do Peru publicou nas redes sociais que a expulsão do embaixador mexicano Pablo Monroy se deveu a “repetidas declarações das mais altas autoridades daquele país sobre a situação política no Peru”, uma referência velada ao apoio que o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, tem oferecido ao colega de esquerda Castillo desde sua destituição por uma votação esmagadora dos parlamentares e sua subsequente prisão.
O ministro das Relações Exteriores do México foi ao Twitter na noite de terça-feira para criticar a expulsão de Monroy, classificando-a como “injustificada e repreensível”.
Na semana passada, Obrador criticou duramente a remoção de Castillo como antidemocrática, enfatizando que ele continua reconhecendo Castillo como o líder legítimo do Peru.
Falando em entrevista coletiva, o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, disse que o governo estava negociando passagem segura para a família de Castillo, que estava dentro da embaixada do México em Lima.
Ana Cecilia Gervasi, ministra das Relações Exteriores do Peru, anunciou na terça-feira que a passagem segura para a esposa de Castillo e os dois filhos do casal havia sido formalmente aprovada.