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segunda-feira 19 de dezembro de 2022 às 16:51h

Com veto ao orçamento secreto, Congresso estuda turbinar outras emendas

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Com a decisão do Supremo desta segunda-feira (19) de praticamente colocar um fim ao orçamento secreto, lideranças do Congresso estudam maneiras de turbinar outras emendas já existentes, como uma forma de “transferir” a verba. As informações são de Camila Turtelli, Gabriela Vinhal e Eduardo Militão, do UOL.

A partir de agora, as emendas de relator só podem ser usadas agora para correções no projeto de lei orçamentário. Estavam previstos R$ 19,4 bilhões no orçamento de 2023 para as RP9.

Entre as opções, estão as emendas individuais e as de comissão. Essas mudanças podem depender também de ajustes no relatório do orçamento, que ainda não foi aprovado pelo Congresso.

Quais são os tipos de emenda nas mãos do Congresso atualmente:

  • Individual (RP6) – De pagamento obrigatório, é dividida igualitariamente entre todos os parlamentares. É possível conferir no site da Câmara ou do Senado para onde o político enviou o dinheiro e para qual projeto. Neste ano está sugerida em R$ 18 milhões por parlamentar, sendo metade da cota, obrigatoriamente, para a saúde.
  • Bancada (RP7) – são elaboradas por deputados e senadores do mesmo estado ou região e são identificadas somente com o nome do estado. Não é possível saber, individualmente, quem fez a solicitação.
  • Comissão (RP8) – São elaboradas a partir das comissões da Câmara e do Senado. No entanto, são cada vez menores e não houve execução desse tipo de emenda em 2021.
  • Relator (RP9) – Não obedeciam critério de distribuição entre parlamentares até a aprovação de uma nova resolução pelo Congresso.

A principal alternativa em discussão entre os parlamentares, neste momento, é uma espécie de transferência do valor que estava previsto para as RP9 para outros tipos de emendas. Os caminhos para se tornar isso possível ainda estão sendo estudados.

Uma possibilidade seria turbinar as emendas de comissão, que são definidas pelas cúpulas de cada colegiado permanente do Congresso, como, por exemplo, a Comissão de Educação ou a de Direitos Humanos.

Como essa emenda não tem um teto definido e não está regrada pela Constituição, o caminho seria mais fácil, sem a necessidade de aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

Essas emendas de comissão estavam “esquecidas”. Em 2021, por exemplo, não houve execução delas.

Já as emendas individuais estão definidas na Constituição e possuem um teto.

Neste ano, foram pagas:

  • Emendas individuais (RP6) – R$ 6,8 bilhões
  • Emendas bancada (RP7) – R$ 2,8 bilhões
  • Emendas comissão (RP8) – R$ 75,9 milhões
  • Emendas de relator (RP9) – R$ 7 bilhões

Os atuais critérios para as emendas de comissão são:

  • Ser apresentadas juntamente com a ata da reunião que decidiu por sua apresentação.
  • Ter caráter institucional e representar interesse nacional, vedada a destinação a entidades privadas, apenas se contemplarem programação do projeto.
  • Conter, na sua justificação, elementos, critérios e fórmulas que determinem a aplicação dos recursos.
  • Podem ser apresentadas, por comissão, até oito emendas.
  • As Mesas Diretoras do Senado e da Câmara poderão apresentar emendas.

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