Petistas estão tentando acalmar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), após as recentes decisões do STF que barraram as emendas de relator e abriram caminho para o Bolsa Família fora do teto de gastos.
De acordo com Igor Gadelha, do Metrópoles, os aliados de Lula montaram uma “força-tarefa” para conversar hoje com Lira. Segundo relatos, o parlamentar ficou irritado após decisão de Gilmar Mendes na noite de ontem, que determinou que os recursos destinados ao pagamento de benefícios de renda mínima não estão fora do teto de gastos.
Em conversas nos bastidores, aliados de Lula tentaram convencer Lira de que utilizar o crédito extraordinário é a única saída no horizonte. Mas que ainda trabalham para que PEC seja aprovada, com possíveis mudanças no texto.
Caciques petistas afirmaram à coluna que defenderão junto ao presidente da Câmara que a PEC seja votada amanhã. Mesmo após o voto do ministro Ricardo Lewandowski que barra as emendas do chamado orçamento secreto.
“É necessário abertura de espaço orçamentário para garantir o funcionamento da educação, saúde e das políticas públicas complementares ao enfrentamento à fome. Só a liberação do adicional para o Bolsa Família, é simbólico, mas não resolve as dificuldades orçamentárias de 2023”, afirmou à coluna uma liderança do PT.
Na última semana, parlamentares aliados de Lula davam como certo que uma decisão do Supremo contrária às emendas de relator poderiam prejudicar a votação da PEC, marcada para esta terça.
As duas medidas do STF tiram poder de Lira faltando menos de dois meses para eleição à presidência da Câmara.
Sem o orçamento secreto, o parlamentar alagoano perde uma importante ferramenta para cooptar apoio à sua reeleição. Já sem a PEC, ele fica sem margem de manobra para buscar espaço no governo Lula.