O empresário Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) recusou o convite feito pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser ministro Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). As informações são de Ivan Martínez-Vargas e Sérgio Roxo, do O Globo.
Na conversa, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, ele disse que razões de compliance (governança) o impedem de deixar a gestão de suas empresas no momento. Filho do ex-vice-presidente José Alencar, morto em 2011, Gomes foi convidado na última quarta-feira por Lula para ocupar a pasta a ser recriada no governo do petista.
Como O Globo revelou, Gomes embarcou para uma viagem com a família para o exterior e só volta ao Brasil em janeiro. Ele deixa o país em meio à crise que enfrenta no comando da Fiesp, com questionamentos feitos por 86 sindicatos dos 106 que têm voto na entidade. A expectativa já era de que Gomes não aceitasse o convite de Lula, formalizado nesta quarta-feira.
Além disso, Gomes não vai comparecer à assembleia da Fiesp convocada para o dia 21 de dezembro pelos críticos à sua gestão. Esse movimento de oposição é articulado pelo antecessor de Gomes na Fiesp, Paulo Skaf. Ambos foram aliados, mas romperam após críticas de Gomes à gestão anterior e, epsecialmente, após o atual presidente da entidade impulsionar a publicação de um movimento em defesa da democracia em agosto deste ano. Skaf é próximo ao bolsonarismo.
Nesta quinta-feira, a Fiesp publicou um edital assinado por Josué no qual convoca para o dia 16 de janeiro a assembleia que vai debater os questionamentos ao presidente da entidade pelos sindicatos. Com isso, Gomes ignorou o edital publicado pelos sindicatos de oposição, feita para o dia 21 de dezembro. Com isso, coloca-se em dúvida a realização do encontro na próxima semana, uma vez que Gomes teria garantido pelo estatuto da Fiesp, amplo direito de defesa.