O WhatsApp é o aplicativo de mensagens mais presente nos celulares brasileiros e, por isso, também é uma ferramenta amplamente usada pelos bandidos em golpes. Para obter dados pessoais, cartões de crédito ou transferências Pix, os criminosos fingem ser amigos ou familiares, enviam ofertas falsas ou links para redes sociais como forma de obter retorno financeiro. A reportagem é de Felipe Demartini e Claudio Yuge , do Canaltech
Os golpes são comuns, mas a popularidade mostra que eles seguem eficazes, principalmente, contra as pessoas com menos intimidade com a tecnologia. Conheça agora alguns dos principais golpes aplicados via WhatsApp:
Roubo de contas
Um dos golpes mais comuns também serve como o ponto de partida para as principais fraudes no WhatsApp. O aplicativo de mensagens exige um código de verificação para ser validado em um novo aparelho; é nele que os bandidos estão de olho, se passando por representantes de serviços, lojas, bancos e outras plataformas para enganar as vítimas.
A ideia é validar um suposto atendimento ou confirmação que, na realidade, não existe. Ao obterem o código, os criminosos passam a usar o mensageiro como se tivessem o celular da vítima, enquanto o WhatsApp dela deixa de funcionar imediatamente.
Códigos de verificação do WhatsApp jamais devem ser passados a ninguém. Vale também configurar a confirmação em duas etapas, de forma que uma segunda senha seja exigida. A medida também protege os usuários da clonagem de chips.
Pedidos de dinheiro e roubo de fotos de perfil
Ao acessarem ao WhatsApp de uma vítima, os bandidos não podem visualizar a lista de contatos. Entretanto, conversas em grupo continuam aparecendo e é a partir delas que eles reconhecem, por exemplo, membros da família ou grupos próximos de amigos, que podem ser alvo de golpes.
O golpista entra em contato com um familiar ou conhecido alegando ter um boleto com vencimento para o mesmo dia ou problemas com o cartão de crédito. O objetivo é induzir a vítima a fazer transferências usando Pix, apostando na urgência e também na proximidade.
Às vezes, nem mesmo é preciso furtar a conta para fazer isso. Tendo o celular de uma vítima, os bandidos podem ter acesso à foto do perfil, que é copiada e configurada em um novo telefone. A partir de vazamentos de documentos, familiares ou cônjuges são contatados, com o criminoso dizendo que trocou de número e pedindo dinheiro com urgência.
Antes de atender às solicitações, o ideal é verificar se a pessoa do outro lado da conversa é quem diz ser, com uma ligação ou contato por outros meios. Vale a pena, ainda, ativar a opção de exibição da foto de perfil apenas para contatos adicionados, para que não seja visualizada por terceiros.
Falsos anúncios de venda
A publicação de status com produtos à venda, normalmente muito abaixos do valor de mercado, é um golpe comum. O objetivo é receber dinheiro sem que um artigo, efetivamente, seja entregue; o mesmo também vale para anúncios em marketplaces, com a insistência de que a negociação aconteça via WhatsApp.
Fique atento a propostas com valores baixos demais ou pedidos de dinheiro rápido. Busque contatar o familiar ou conhecido por outros meios antes de fechar o negócio, evitando realizar transferências até ter certeza.
WhatsApp rosa, Plus e outras versões perigosas
A Meta, dona do WhatsApp, deixa claro: a única versão legítima do mensageiro é a oficial, disponível nas lojas de aplicativos para iPhone ou Android. Qualquer outra opção, seja colorida ou oferecendo recursos adicionais, é falsa e pode levar a golpes.
O mesmo também vale para extensões, como pacotes de figurinhas e fundos para o aplicativo, ou links maliciosos que prometam recursos não disponíveis na versão padrão. A orientação é não realizar o download e usar apenas o app oficial do WhatsApp.
Falso emprego de meio período
As propostas desse tipo levam os usuários a sites maliciosos, que podem roubar dados pessoais ou instalar vírus em prol de cadastros para as supostas vagas. Anúncios perigosos também são exibidos, enquanto o esquema, que simula sites de comércio eletrônico, também pede transferências via Pix em nome de taxas para o recebimento dos valores. No fim, é tudo falso.