O PL de Jair Bolsonaro formalizou na última terça-feira (6) a candidatura de Rogério Marinho a presidente do Senado. Eleito pelo Rio Grande do Norte, o futuro senador alimenta os sonhos do bolsonarismo de que, uma vez eleito chefe do Legislativo, permita ao presidente derrotado nas urnas promover segundo a revista Veja, sua vingança contra Alexandre de Moraes, o ministro do STF mais odiado pelo grupo que está de saída do Planalto — leia-se, destravar o impeachment de Moraes.
Para vencer a eleição do Senado, Marinho precisará derrubar a articulação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), hoje franco favorito a renovar seu mandato na Mesa Diretora. Pacheco é moderado, tem diálogo com ambos os lados da polarização e boa relação com todas as bancadas do Senado.
Marinho tem o apoio de Valdemar Costa Neto, de seu partido, o PL, e de alguns senadores bolsonaristas que irão assumir em janeiro. Não é o suficiente, claro, mas ele vai levantar uma bandeira bolsonarista em sua campanha: o confronto direto com o STF.
Marinho defende que o Senado precisa reconquistar seu protagonismo, combatendo abusos e excessos cometidos por outros poderes.
“Hoje, temos parlamentares amordaçados, que perderam o direito de se comunicar com seus eleitores, inclusive por meio da internet. O presidente do Congresso Nacional não pode continuar omisso perante as agressões ao Parlamento e à democracia brasileira”, diz Marinho. “Entendemos que é necessária uma candidatura que defenda um Parlamento forte e independente, e um Senado em condições de restabelecer a normalidade democrática e a liberdade de opinião”, segue Marinho.