Em partida entre Alemanha e Costa Rica, Stéphanie Frappart liderará o primeiro trio de arbitragem feminino num Mundial masculino, com brasileira Neuza Back como uma das assistentes.A árbitra francesa Stéphanie Frappartentrará para a história nesta quinta-feira (1º): no jogo entre Alemanha e Costa Rica, ela se tornará a primeira mulher a apitar uma partida da Copa do Mundo masculina. Ela também liderará o primeiro trio de arbitragem totalmente feminino no torneio, com a brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Diaz como suas assistentes.
Ao todo, três árbitras foram escaladas para apitar no Mundial do Catar: além de Frappart, Salima Mukansanga, de Ruanda, e a japonesa Yoshimi Yamashita.
Antes do torneio, o presidente do Comitê de Árbitros da Fifa, Pierluigi Collina, quase parecia menosprezar o fato histórico de mulheres comandarem jogos da Copa do Mundo masculina.
“Elas não estão aqui porque são mulheres, mas como árbitras da Fifa”, disse. Ele afirmou que a nomeação das mulheres é “prova de que é a qualidade e não o gênero” que conta.
“Modelo para milhões”
“Estamos mais sob os holofotes agora”, disse Frappart antes da Copa do Mundo. “Mas sempre defendi que deveríamos ser reconhecidas por nossas conquistas, e não por nosso gênero.”
Frappart, de 38 anos, apitou sua primeira partida masculina aos 19 e atua como árbitra em partidas internacionais desde 2011.
Apesar de seu 1,64 metro de altura, Frappart tem uma presença em campo que impõe autoridade, instruindo os jogadores com gestos enérgicos e recomendações claras. “Não sou alta. Não sou tão forte quanto alguns dos meus colegas homens. Mas eu me faço ouvir”, afirma.
Nos últimos três anos e meio, Frappart conquistou uma série de honrarias: arbitrar uma final de Copa do Mundo feminina pela primeira vez, tornar-se a primeira mulher a arbitrar uma partida masculina da Ligue 1 francesa, uma partida masculina da Champions League e uma competição masculina de qualificação para a Copa do Mundo.
Ela também se tornou a primeira mulher a arbitrar uma grande final do futebol masculino: a final da Supercopa da Uefa de 2019, entre Chelsea e Liverpool. “Já era hora”, disse na ocasião o técnico do Liverpool, Jürgen Klopp. “Estou muito feliz por podermos fazer parte deste momento histórico.”
Frappart sabe, então, exatamente o que é ser uma pioneira – e não dá muita importância a isso, porque na verdade é sempre um jogo como outro qualquer: “O futebol é o mesmo, as regras são as mesmas.”
Ela afirma que as árbitras fizeram grandes progressos nos últimos anos. “Não é mais uma surpresa ver árbitras em jogos masculinos.”