Os governos de Argentina, Brasil e Paraguai, membros do Mercosul junto com o Uruguai, advertiram, nesta quarta-feira (30), que podem adotar medidas legais e comerciais ante a eventual assinatura unilateral de acordos comerciais por parte de Montevidéu – informa uma nota conjunta divulgada pelo Ministério argentino das Relações Exteriores.
A reação responde às “ações do governo uruguaio com vistas à negociação individual de acordos comerciais com dimensão tarifária, e levando em conta a possível apresentação, pela República Oriental do Uruguai, de pedido de adesão ao Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica-CPTPP”, diz a nota divulgada por Buenos Aires.
Segundo o texto enviado à Coordenação Nacional do Uruguai ante o Grupo de Mercado Comum do Mercosul, órgão máximo do bloco, “(…) os três países se reservam o direito de adotar as eventuais medidas que julgarem necessárias para a defesa de seus interesses nas esferas jurídica e comercial”.
A nota é divulgada no momento em que o chanceler do Uruguai, Francisco Bustillo, viaja pela Austrália e pela Nova Zelândia.
O Uruguai também está negociando um Tratado de Livre-Comércio (TLC) com a China, apesar da oposição da Argentina e do Paraguai, em uma decisão que tensionou as relações deste grupo comercial fundado em 1991.
Há décadas, o Uruguai reivindica a possibilidade de negociar acordos comerciais individualmente, mas o Mercosul privilegia as negociações em conjunto. Também exige a aprovação de todos os parceiros para buscar tratados.
A advertência lançada pelos três sócios se dá a alguns dias da cúpula presidencial do Mercosul, que será realizada em Montevidéu, em 5 e 6 de dezembro.
O Mercosul abrange cerca de 300 milhões de habitantes.
O Acordo Transpacífico é integrado por Austrália, Japão, Canadá, Nova Zelândia, Brunei, Chile, Malásia, México, Peru, Singapura e Vietnã.