A Casa MimoBar, considerado um tradicional reduto de militantes da esquerda em Brasília, sofreu um ataque a tiros na madrugada deste domingo (27), segundo nota publicada pelo estabelecimento nas redes sociais. Os tiros atingiram barris estilizados. Ninguém ficou ferido. Os donos denunciam “tentativa de intimidação e silenciamento”.
“Um carro parou ao lado da área de estacionamento do bar e pessoas ainda não identificadas dispararam quatro tiros em direção a nossa fachada, tendo as balas, de calibre 38, sido encontradas na manhã do domingo”, diz trecho da nota.
Segundo a direção, no horário do ataque —ocorrido por volta das 3 h da manhã— já não havia público nem funcionários no local.
Após o segundo turno, o nome do MimoBar apareceu em listas de estabelecimentos que “deveriam ser boicotados” por apoiadores da extrema direita.
Criadas em meio à polarização política nas eleições presidenciais, essas listas incentivam o boicote a comércios que, segundo apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas, têm posição política de esquerda e declaram apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Pessoas que defendem a posse irrestrita e o porte de armas de maneira quase generalizada, muito possivelmente são as mesmas que promoveram este novo ataque. Afinal, seu ídolo maior, que fracassou como presidente, nunca escondeu seu intuito de armar a população para favorecer seus objetivos”, afirma o comunicado.
“Este, como público, não nos faz qualquer falta, mas se utiliza de métodos violentos país afora na tentativa de silenciar vozes contrárias e aniquilar o pensamento progressista, numa postura golpista, disruptiva e autoritária”, acrescenta.
Leia o comunicado na íntegra
A Casa MimoBar sofreu uma tentativa de intimidação e silenciamento extremamente agressiva, e queremos compartilhar essa situação como forma de protesto, de denúncia e principalmente como um pedido de apoio e resistência.
Nesta madrugada, em horário em que felizmente não havia mais público, nem funcionários no local, o MimoBar sofreu um ataque a tiros. O ataque, que atingiu alguns barris estilizados como mesas de apoio para a espera de atendimento em dias de casa cheia, foi realizado por volta das 3h da manhã deste domingo, como relata testemunha.
Um carro parou ao lado da área de estacionamento do bar e pessoas ainda não identificadas dispararam quatro tiros em direção a nossa fachada, tendo as balas, de calibre 38 milímetros, sido encontradas na manhã do domingo. Logo após o segundo turno das eleições, o MimoBar foi relacionado entre várias outras casas que “deveriam ser boicotadas” por apoiadores da extrema direita. Este, como público, não nos faz qualquer falta, mas se utiliza de métodos violentos país afora na tentativa de silenciar vozes contrárias e aniquilar o pensamento progressista, numa postura golpista, disruptiva e autoritária.
Pessoas que defendem a posse irrestrita e o porte de armas de maneira quase generalizada, muito possivelmente são as mesmas que promoveram este novo ataque. Afinal, seu ídolo maior, que fracassou como presidente, nunca escondeu seu intuito de armar a população para favorecer seus objetivos.
São típicas de agora, e características do estado nazista em seu tempo, tentativas de intimidação em suas múltiplas formas. Ontem, uma lista promovendo boicote; hoje, um ataque a tiros. O que podem reservar para amanhã dentro desta lógica bárbara e covarde? O que ofende essa gente? Nossa alegria? Pois é contra a cultura do ódio que vamos continuar como espaço de resistência e abrigo caloroso de um público que sabe reconhecer o valor de uma vida democrática, socialmente justa e, sobretudo, facilitadora de uma cultura de paz.