O brasileiro Ilan Goldfajn é o novo presidente do BID. Ganhou com 80% dos votos no primeiro turno. Teve apoio de 17 países regionais e nove de fora. Foi uma vitória maiúscula porque não teve o apoio do novo governo brasileiro, e teve até má vontade de início. Ele será o primeiro brasileiro a presidir o BID em mais de 60 anos de história do banco, diz a jornalista de economia e colunista do O Globo, Míriam Leitão.
Sua vitória teve o apoio dos Estados Unidos e da Argentina, cuja candidatura foi retirada na última hora. Ilan foi tratado inicialmente com desprezo pelo governo Lula, mas depois foram mandados sinais não públicos de que nada havia contra o ex-presidente do Banco Central.
O BID passa por um momento de crise depois da gestão desastrosa de Clever-Carone que foi imposto no período do governo Trump e que teve o apoio do governo Bolsonaro. Agora, na última hora, o governo Bolsonaro acerta o passo e defende uma candidatura de um economista sério, competente, e sem inclinações políticas. Um técnico respeitadíssimo. O governo eleito Lula começou não querendo apoiar e isso quase tira do brasileiro a chance. Mas ele acabou trabalhando muito bem todos os países.
O ex-ministro Guido Mantega chegou a dizer que Ilan não era candidato de ninguém. Ele teve, como disse, 80% dos votos.