O presidente da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, discutiram nesta quarta-feira (16) durante encontro da cúpula do G20, que acontece em Bali, na Indonésia. Os dois chefes de Estado tiveram uma reunião bilateral informal anteriormente e os assuntos tratados vazaram à imprensa canadense, razão pela qual o mandatário chinês se mostrou visivelmente irritado. O mal-estar entre os dois foi registrado e divulgado por canais de mídia do Canadá.
“Tudo o que falamos vazou (para imprensa). Isso não é apropriado, não é assim que nós atuamos. Se você for honesto, devemos nos comunicar com respeito mútuo”, reclamou Xi Jinping, segundo a tradução simultânea do intérprete.
O premiê do Canadá rebateu, dizendo que “no Canadá, acreditamos em um diálogo livre e franco” e que ele gostaria de trabalhar construtivamente com a China, mas que poderia haver pontos de discordância. O chinês não deixou claro se concordava, mas ponderou que seria necessário “primeiro criar as condições para isso”.
Em seguida, os dois se despediram com um rápido aperto de mãos, sem que Xi Jinping olhasse diretamente para Trudeau.
Nas redes sociais, internautas comentaram sobre a discussão, especialmente por ser raro uma indisposição pública entre chefes de Estado.
De acordo com o canal canadense CBC, Trudeau reafirmou, em coletiva de imprensa realizada após o vídeo ser divulgado, que a reunião com Xi Jinping tratou sobre a invasão russa à Ucrânia, a Coreia do Norte e a realização da COP15 em Montréal. O governo chinês, por outro lado, não se pronunciou sobre o encontro.
O primeiro-ministro ainda defendeu ter repassado à imprensa o que ambos discutiram no encontro informal. A reunião com o Xi Jinping não estava prevista na agenda oficial de Trudeau, que contou com encontros com os presidentes Emannuel Macron (França) e Alberto Fernández (Argentina) no mesmo dia.
“Não vou deixar de ser franco com os canadenses, mesmo quando discutimos assuntos importantes e às vezes delicados. Conseguir o equilíbrio certo entre ser aberto sobre divergências e questões que levantamos, e ao mesmo tempo ser capaz de trabalhar de forma construtiva, é algo que as pessoas precisam entender. É o que os canadenses sempre farão”, justificou.