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terça-feira 15 de novembro de 2022 às 14:25h

O governo nas eleições na Câmara

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Sem um acordo para lançar um candidatura única à presidência da Câmara em 2005, no primeiro mandato de Lula, o PT se dividiu em dois nomes — Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgilio Guimarães (MG). O resultado do racha foi a eleição de Severino Cavalcante (PP-PE), que havia se lançado de forma independente ao comando da Casa. Considerado do chamado “baixo clero”, grupo formado por parlamentares que não costumam se destacar, Severino pouco ficou no cargo. Cinco meses após assumir, renunciou diante de suspeitas de corrupção.

Cunha derrotou petista bancado por Dilma

Dez anos depois do episódio Severino, um governo petista viu novamente sua base aliada se dividir e o deputado Eduardo Cunha, então do PMDB, ser eleito presidente da Câmara, em 2015. Na época, Dilma Rousseff insistiu em lançar Arlindo Chinaglia (PT-SP) na disputa contra o peemedebista, o que gerou críticas à falta de habilidade política da petista. Naquele mesmo ano, Cunha deu início ao processo que culminou no impeachment de Dilma . A exemplo de Severino, renunciou antes de completar o mandato após ser alvo de um processo de cassação.

Maia firmou aliança ampla para se reeleger

Em 2019, no primeiro ano de Jair Bolsonaro na Presidência da República, o deputado Rodrigo Maia, na época do DEM, conquistou a reeleição no comando da Câmara com o apoio de partidos de todos os espectros políticos. Na ocasião, o governo não se posicionou oficialmente na disputa. O PSL, então partido de Bolsonaro, se dividiu e, embora tenha participado do bloco que deu sustentação a Maia, teve a candidatura avulsa do deputado General Peternelli (SP). Ao longo do mandato, Maia manteve uma relação de altos e baixos com o Palácio do Planalto.

Com apoio de Bolsonaro, Centrão volta ao poder

Após desavenças com Maia, Bolsonaro decidiu apoiar a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) para a sucessão na Câmara, selando a aliança que havia firmado no ano anterior com o Centrão. Além da eleição de um aliado do Palácio do Planalto, a vitória do deputado do PP representou o retorno do grupo político ao comando da Casa após a renúncia de Cunha. Na disputa, o deputado do PP derrotou Baleia Rossi (MDB-SP), que havia sido lançado por Maia com o apoio de partidos de oposição. Agora, o cacique do Centrão tenta costurar acordos com o novo governo para se reeleger.

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