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domingo 13 de novembro de 2022 às 12:27h

Derrotados nas eleições fazem planos para se manter no jogo político

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Acostumados aos holofotes da política nacional, candidatos derrotados nas últimas eleições começam a se articular para não passar os próximos anos sem protagonismo no debate público e, assim, perderem a oportunidade de pavimentar um caminho para 2026 ou até mesmo para daqui a dois anos, quando serão realizadas as eleições municipais. Apesar de ter saído do último pleito maior do que entrou, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) é um exemplo emblemático — e já de sucesso segundo Gabriel Sabóia, Jan Niklas e Fernanda Alves, do O Globo — desse grupo. Terceiro lugar na disputa presidencial, ela abraçou a campanha do presidente eleito Lula no segundo turno e sua projeção praticamente lhe garantiu uma vaga de ministra no futuro governo do petista.

Aliás, conforme O Globo, a equipe de transição que está sendo coordenada pelo vice eleito Geraldo Alckmin (PSB) pode ser a porta de entrada no governo para outros derrotados, aliados de Lula. O deputado estadual André Ceciliano (PT-RJ), que perdeu a disputa pelo Senado no Rio, já foi nomeado para compor o grupo técnico de Indústria e Comércio e é cotado para assumir a presidência nacional do Sebrae.

Outro nome da política fluminense que espera embarcar no governo Lula é Marcelo Freixo (PSB). O deputado federal ficará sem cargo no ano que vem, após ser derrotado no primeiro turno para o governo do estado. Ele aguarda uma sinalização, especialmente do coordenador do grupo de Justiça e Segurança Pública da transição, o senador eleito Flávio Dino (PSB). A expectativa é de que a sua experiência no comando da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) lhe dê respaldo para atuar em um cargo nessa área.

O futuro partidário de Freixo também depende desse arranjo. Visto com desconfiança por lideranças do PSB — alguns o enxergam como um “petista infiltrado” —, ele tem portas abertas no PT

O senador José Serra (PSDB-SP), um quadro da Casa desde 2015, é mais um político de peso a deixar o Congresso em 2023. Ele, que se licenciou do cargo apenas para assumir o Ministério das Relações Exteriores no governo Temer, tem apenas a certeza que continuará sendo um forte interlocutor do PSDB, atuando nos bastidores e também pelo estado de São Paulo.

Liderança partidária deve ser o caminho seguido também por Alessandro Molon (PSB) e Flávia Arruda (PL), que disputaram o Senado, respectivamente, pelo Rio e Distrito Federal. Ambos continuarão como presidentes regionais de suas legendas com a ideia de fortalecer seus nomes, em âmbito estadual, para tentar novamente Congresso em 2026.

A deputada tucana Joice Hasselmann, que não conseguiu se reeleger — Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

A deputada tucana Joice Hasselmann, que não conseguiu se reeleger — Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

A deputada federal Joice Hasselmann (PSDB) não se reelegeu por São Paulo, mas garante que não deixará a política. Jornalista, ela pretende retomar seu programa de entrevistas Jornal da Joice, no YouTube, e produzir um podcast. Joice diz que ainda avalia convites para atuar como comentarista política e não descarta concorrer à prefeitura de São Paulo daqui a dois anos:

— Não nasci nem fiz minha carreira na política. Cometi um erro ao mergulhar na política e deixar de fazer meus vídeos diários. Então vou reativar minha TV online. Política é uma paixão e não posso dar as costas para ela. 2024 está aí, e a política carece de nomes que tenham garra, força e tragam inovação. A eleição para prefeitura é uma possibilidade.

Também jornalista, a deputada federal Clarissa Garotinho (União-RJ) não definiu seu futuro quando deixar o cargo no ano que vem, mas ela tem a garantia do presidente estadual do União, Waguinho, prefeito de Belford Roxo, de que seguirá atuante na política fluminense:

— Não vou deixar a Clarissa desamparada.

A deputada federal Clarissa Garotinho (União), que fica sem mandato em 2023 — Foto: Reprodução

A deputada federal Clarissa Garotinho (União), que fica sem mandato em 2023 — Foto: Reprodução

Clarissa é vice-presidente estadual do União e deve manter o cargo mesmo sem mandato. Segundo assessores próximos, ela também pretende ajudar o irmão Wladimir Garotinho, prefeito de Campos dos Goytacazes, a levar recursos para o município. Por conta do apoio à campanha do presidente Jair Bolsonaro, Clarissa saiu do pleito com uma relação próxima com o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e com as senadoras eleitas Tereza Cristina e Damares Alves, donas de gabinetes de onde podem surgir convites de trabalho.

O União Brasil também deve ser o abrigo de Eduardo Cunha, que depois de ter conseguido apenas cinco mil votos em São Paulo, seguirá influente na sigla, apesar de ter se candidatado pelo PTB. Com influência no diretório do Rio, ele tem convite para migrar para a legenda. O União Brasil já “estendeu o tapete”, segundo o comando estadual da legenda.

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