A Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, comprada pelo fundo árabe Mubadala no final do ano passado, reduziu a produção de gás de cozinha (GLP), provocando desabastecimento do produto na região.
“A escassez do produto é inadmissível. A FUP e o Sindipetro da Bahia sempre alertaram para o equívoco da privatização das refinarias da Petrobrás, que leva à criação de monopólios regionais, em detrimento do consumidor brasileiro, sujeito a reajustes abusivos de preços dos combustíveis e à escassez de produtos”, destacou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, lembrando que depois de privatizada, a refinaria destacou-se por ter a gasolina mais cara do país.
A Rlam é a principal fornecedora de derivados do Nordeste e responde por 14% da capacidade de refino no Brasil.
Diversas revendedoras de GLP em Salvador (BA) fecharam as portas, por falta do gás de cozinha na Refinaria de Mataripe. Segundo a Associação de Revendedores de Gás da região, cerca de 60% das revendas estão sem o produto.
O problema vem se arrastando desde a semana passada e já atinge várias cidades da região, entre elas Feira de Santana, segundo maior município da Bahia, e Itabuna, ao sul do estado.
Levantamentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção Federação Única dos Petroleiros-FUP), com base em preços acompanhados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostram que, durante o governo Bolsonaro, o gás de cozinha aumentou 96,7% nas refinarias, enquanto a inflação acumulou 24,9% e o salário mínimo subiu 21,4% no período.