O PT intensificou o contato com pastores e parlamentares evangélicos que apoiaram Jair Bolsonaro (PL) em seus quase quatro anos de governo e fizeram campanha intensa para que o presidente fosse reeleito. Ouviram deles que a porta está aberta para o diálogo e que pretendem até mesmo se encontrar com Lula (PT).
Lideranças das igrejas bolsonaristas pediram apenas um tempo para readaptar o discurso. Como radicalizaram a narrativa contra o petista nas eleições, dizendo até mesmo que ele fecharia igrejas, pegaria mal agora elas simplesmente aderirem ao novo governo. Por isso as reuniões, por enquanto, são secretas.
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB-SP) também tem sido interlocutor preferencial dos dirigentes de agremiações religiosas. Ele sempre manteve bom relacionamento com a maioria deles quando governou o estado de São Paulo.
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) participa de culto na Igreja Batista Atitude ao lado da esposa, Michelle Bolsonaro, no Rio de Janei Fernando Frazão/Agência BrasilMAIS
Dirigentes do PT defendem que o diálogo seja aberto inclusive com lideranças da Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo.
Além de eleger diretamente parlamentares ligados à igreja, tendo alguma força no Congresso, ele é dono da TV Record.
A reaproximação de figuras como Edir Macedo, no entanto, não é consensual na legenda, como ficou claro quando a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, respondeu ao bispo no Twitter dizendo que dispensava “o perdão” do bispo.