A Folha convidou cinco artistas para imaginar os desafios do novo governo. A ideia foi aceita pelos cartunistas Estela May, Galvão Bertazzi e Laerte e pelos chargistas Leandro Assis e Triscila Oliveira.
Estela May conta que sua charge foi baseada na tela “Guernica”, de Picasso, retratando o fato de que “vivemos uma guerra contra o fascismo que está longe de estar terminada”.
Para ela, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), precisa valorizar a cultura para que, por meio dela, os cidadãos sejam capazes de produzir sentidos individuais e coletivos. “Acredito que a cultura brasileira seja uma potência, que pode e deve ser aproveitada na medida em que sejamos capazes de valorizar e investir nela de forma maciça e, principalmente, democrática.”
Para Galvão Bertazzi, o maior desafio do mandato do presidente eleito será unificar as peças desmanteladas desde o governo de Michel Temer.
Ele acredita que Lula precisará de muito jogo de cintura. “A dificuldade do novo presidente será unificar o país, para que não tenhamos tanto atrito entre as pessoas, que foram jogadas umas contra as outras.”
A partir da eleição de Lula, Laerte imaginou uma arma sendo desmontada por várias pessoas
“O atual governo aparelhou e desmontou o que podia. É necessário reorganizar o país”, afirma a cartunista.
Nesta segunda charge, Laerte usa seus traços para comentar as dificuldades para reestruturar o país.
Na charge de Triscila Oliveira & Leandro Assis, aparece uma das frases mais emblemáticas do discurso de Lula no domingo (30): “O Brasil é minha causa”.
“A causa dele é o Brasil, não joguinhos de interesse pessoais”, afirmam. Para a dupla, Lula terá sua governabilidade dificultada por pessoas eleitas ou reeleitas, que são frutos do bolsonarismo.