Pesquisa Ipec: Tarcísio de Freitas alcança 46% e lidera para o governo de São Paulo

Tarcísio não se moveu em relação aos 46% que registrava há duas semanas. No período, o percentual de intenções de voto em Haddad teve variação positiva de dois pontos. A margem de erro máxima do levantamento, contratado pela TV Globo, é de dois pontos para mais ou menos.

Os eleitores que disseram ter a intenção de votar em branco ou nulo somam 7% das respostas ao Ipec. Outros 4% se declararam indecisos ou não responderam. Se desconsiderados os dois grupos, no cálculo dos votos válidos, Tarcísio vai a 52%, contra 48% de Haddad. No levantamento anterior, o ex-ministro da Infraestrutura atingia 53% dos votos válidos, enquanto o ex-prefeito marcava 47%.

Os dados da pesquisa espontânea mostram que ainda há espaço para mudanças no cenário até a votação de domingo. Sem serem apresentados aos nomes dos candidatos, 35% declaram apoio a Tarcísio e 32%, a Haddad. São 21% os que não sabem responder em quem votarão para governador sem serem lembrados dos nomes na disputa.

O Ipec entrevistou presencialmente 2.000 eleitores de 16 anos ou mais em São Paulo. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, para um nível de confiança de 95%, e está registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-06977/2022.

Esta é a última pesquisa divulgada pelo instituto fundado por ex-executivos do Ibope antes do debate entre os candidatos ao governo paulista. O evento está marcado para quinta-feira, nos estúdios da TV Globo. O Ipec divulgará no sábado, véspera do dia da votação, novo levantamento com as intenções de voto no estado.

A pesquisa não capta possíveis reações dos eleitores à divulgação de áudio atribuído a um dos integrantes da campanha de Tarcísio nesta terça-feira. Segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, um aliado do candidato do Republicanos ordenou que um cinegrafista apagasse a gravação em vídeo feita do tiroteio que interrompeu a agenda de Tarcísio na favela de Paraisópolis, na semana passada.

Os dois adversários na corrida ao Palácio dos Bandeirantes adotaram estratégias distintas nesta reta final de campanhas. Tarcísio reduziu os ataques a Haddad, apostando na construção de uma imagem mais amena, por vezes pacificadora. Na TV, mais do que fazer acusações, as propagandas do candidato do Republicanos buscam destacar sua trajetória ao compará-lo com o ex-prefeito. O ex-ministro também declinou de convites para participar de debates, visando a administrar a vantagem que teve na votação do primeiro turno.

Já o ex-prefeito da capital ampliou os ataques ao adversário, especialmente pela sua alegada falta de identificação com São Paulo (Tarcísio é natural do Rio de Janeiro) e por suas propostas para a segurança pública e de privatização da Sabesp.

Em sabatina do GLOBO, Valor e CBN, Haddad chamou o adversário de “joguete” de Jair Bolsonaro e lamentou o apoio declarado pelo atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), ao ex-ministro da Infraestrutura. Tarcísio recusou o convite para participar de um debate com o candidato do PT.

Nesta terça-feira, Tarcísio fez campanha na região metropolitana da capital, enquanto Haddad visitou o interior paulista. O petista, que conta com a ajuda do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) para crescer nos municípios mais afastados da capital, destaca em um dos vídeos exibidos na televisão ação de sua gestão na Prefeitura de São Paulo cobrando a renegociação de dívidas pelo governo de Dilma Rousseff em 2015. O objetivo da estratégia é o de transmitir a ideia de independência de Haddad em relação ao PT, que tem alta rejeição no estado e nunca elegeu um governador em São Paulo.