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“Quem esperava um confronto de baixo nível se surpreendeu. Os dois candidatos respeitaram o eleitor”

Foto: Reprodução
segunda-feira 17 de outubro de 2022 às 12:20h

O primeiro debate do segundo turno com os candidatos à Presidência, na noite de domingo (16) na Band, não trouxe novidades na corrida pela sucessão presidencial, avalia o cientista político da Hold Assessoria Legislativa André César. “Tanto Jair Bolsonaro (PL) quanto Lula (PT) jogaram relativamente bem em seus campos. Não foram registrados deslizes de grande efeito sobre os eleitores”, informou César em relatório. “Quem esperava um confronto de baixo nível se surpreendeu. Os dois candidatos se contiveram, no limite, respeitando o eleitor. Em tempos de democracia em xeque, foi uma espécie de respiro”, apontou.

César observa que do lado do atual chefe do Executivo “se viu o de sempre”. “Bolsonaro tentou explorar as supostas contradições do ex-presidente, em especial no território da ética, buscando relembrar casos de corrupção nas gestões de Lula e Dilma Rousseff. Não por acaso, ele levava a tiracolo o ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil/PR), com quem reatou relações. A princípio, o efeito foi nulo”, avaliou o cientista político.

Do lado de Lula, César apontou que ele aparentava uma “confiança” não vista nos debates do primeiro turno. “Com o olhar voltado para as câmeras, ele tentou passar uma mensagem de esperança e otimismo para o eleitor. Se teve ou não sucesso, as pesquisas mostrarão”, pontuou, ressaltando que Lula parecia mais à vontade com o formato do programa que Bolsonaro que aparentava nervosismo em alguns momentos.

Na avaliação de César, no campo das propostas, Bolsonaro e Lula pouco avançaram. “Não foram discutidos a fundo questões de economia, de infraestrutura, de saúde ou de educação. Aqui, o eleitor saiu do mesmo modo que entrou – as dúvidas e desconfianças seguem no ar”, avaliou o cientista político.

Para ele, o saldo final do debate será dado pelo uso que as militâncias farão das apresentações dos candidatos, em especial quanto à capacidade de articulação das falas dos candidatos nas redes sociais. “Recortes de falas e do gestual de Bolsonaro e de Lula certamente se transformarão em memes e outros artifícios, que circularão pelos próximos dias. A batalha das narrativas estará em campo”, concluiu o cientista político.

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