Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) estão muito próximos na taxa de rejeição. É novidade na campanha do segundo turno, e uma surpresa para os aliados dos candidatos.
Bolsonaro segue na liderança da reprovação, com metade dos eleitores declarando que não votaria nele “de jeito nenhum”. Lula se aproximou e ambos estão perto do empate.
É reflexo da divisão do eleitorado no primeiro turno, que deu a Lula 48,4% dos votos e deixou Bolsonaro com 43,2%. Mantém equilíbrio no repúdio aos candidatos, o que sugere a possibilidade de resultado apertado na rodada final, no dia 30.
Pelas pesquisas, Lula continua favorito mas a margem de incerteza virou fator de incômodo, principalmente para os aliados de Bolsonaro que representam partidos do Centrão dentro do governo.
O Centrão, a exemplo dos adversários lulistas, ainda não tem um programa consensual para governar, caso seu candidato vença a disputa.
Pode não ser um grande problema para nenhum dos lados, até porque a vitória une e, rapidamente, poderiam consolidar ideias já esboçadas na campanha.
O problema está no cenário de derrota. Ao contrário do PT, por exemplo, o Partido Liberal, que abriga Bolsonaro, e os aliados Progressistas e Republicanos não possuem experiência na oposição. A hipótese de vitória de Lula está levando parlamentares a análises sobre a conveniência de abertura de uma “janela” em 2023 para migrações partidárias.