O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira que realizará uma reunião com o Ministério Público Eleitoral e com o Ministério Público do Trabalho para debater denúncias de casos de assédio eleitoral que vêm sendo denunciados em todo o país. Somente até segunda-feira, segundo o MPT, são 169 acusações de coação eleitoral neste ano.
De acordo com o presidente do TSE, o encontro, que contará com o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, e com o procurador-geral do MPT, tem o objetivo de alinhar um combate “ao assédio eleitoral do empregador”. Segundo Moraes, a prática é “lamentável”.
— Lamentavelmente temos casos de assédio eleitoral do empregador coagindo, ameaçando para que seus funcionários votem ou deixem de votar em determinadas pessoas. Há inclusive empregadores querendo trocar dinheiro, querendo comprar o documento do empregador — afirmou Moraes.
Ainda segundo o ministro, a prática consiste em crime comum e crime eleitoral, e a ideia da reunião é estabelecer critérios para uma atuação “mais efetiva, mais rápida” da Justiça.
— Não é possível que em pleno século 21 se queira coagir o empregado — lembrou o presidente do TSE, destacando que a Corte já conta com um canal de denúncias, onde os relatos podem ser feitos em sigilo.
Informações divulgadas pelo MPT na última segunda-feira mostram que as eleições deste ano bateram o recorde de denúncias de assédio eleitoral no ambiente laboral. Até o momento, foram registrados ao menos 169 casos. A região Sul tem o maior número de acusações, com 79 ocorrências, sendo 29 no Paraná, estado com maior quantidade de queixas. Na segunda posição está a região Sudeste, com 43 denúncias, seguida por Nordeste (23), Centro-Oeste (13) e Norte (11).