Os búlgaros votam neste domingo (2) em sua quarta eleição nacional em menos de dois anos, com pouca esperança de surgimento de um governo estável por causa de profundas divisões dentro da elite política sobre como combater a corrupção arraigada.
A turbulência política prolongada ameaça minar as ambições da Bulgária de ingressar na zona do euro em 2024, em meio à inflação de dois dígitos e aos altos preços da energia, e pode levar a um abrandamento da posição de Sofia sobre a guerra russa na Ucrânia.
As pesquisas de boca de urna serão divulgadas após o encerramento das urnas, às 20h (horário local), com os primeiros resultados oficiais parciais esperados nas primeiras horas de segunda-feira.
“Espero por um governo, mas provavelmente não vai acontecer”, disse o programador Boris Strandzhev, de 35 anos, após a votação. “Há muitas divisões –sobre como combater a corrupção, como avançar com a economia e como lidar com a Rússia”.
Pesquisas de opinião sugerem que até oito partidos políticos podem ingressar no próximo parlamento, com o partido de centro-direita GERB do ex-primeiro-ministro Boyko Borissov, de 63 anos, liderando com cerca de 25% a 26% dos votos.
Assim como no ano passado, espera-se que Borissov, que prometeu trazer estabilidade, tenha dificuldades para encontrar parceiros de coalizão entre seus principais rivais, que o acusam de permitir a corrupção durante seu governo que durou uma década e terminou em 2021.
Analistas dizem que os partidos políticos, cientes dos riscos econômicos da guerra na Ucrânia, um inverno difícil pela frente e a frustração dos eleitores com a instabilidade política, podem deixar suas diferenças de lado e optar por um governo tecnocrata.
Espera-se que a participação neste domingo seja baixa em meio à indignação pública sobre as disputas políticas.