O ex-governador do Piauí Wellington Dias, que faz parte da coordenação da campanha presidencial petista, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso eleito, fará um governo de centro com uma participação menor do PT do que em 2003.
— Será um governo de coalizão e terá essa característica de centro, com forte compromisso social — diz Dias ao Globo.
Segundo ele, como sequência de um leque de alianças que conta com o apoio de dez partidos, o espaço do PT em um eventual futuro governo será diluído.
— Lula conta com o maior leque partidário de todas as eleições que disputou. Certamente a responsabilidade vai ser mais diluída entre os vários partidos que estão conosco.
Em 2003, quando Lula assumiu o seu primeiro mandato, o PT ocupou 19 dos 34 postos de primeiro escalão, entre ministérios e secretarias com status de ministério. Na eleição do ano anterior, o petista havia tido no primeiro turno o apoio de apenas cinco partidos, sendo que dois deles eram os nanicos PCB e PMN.
Na segunda-feira, Lula realizou uma reunião em São Paulo com oito ex-candidatos a presidente. A novidade do ato foi a presença do ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (União Brasil), que não havia declarado ainda sua adesão à candidatura de Lula. Estavam presentes também, além do candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), Marina Silva (Rede), Cristovam Buarque (Cidadania), Luciana Genro (PSOL), Guilherme Boulos (PSOL), João Vicente Goulart (PCdoB) e Fernando Haddad (PT).
— A sinalização do encontro é que será um governo de coalizão, não de um partido, e uma coalizão ampla numa conjuntura de reconstrução — avalia Wellington Dias.