Candidatos a governador já investiram conforme reportagem de Júlia Portela, do Metrópoles, cerca de R$ 16,3 milhões no impulsionamento de publicações em redes sociais. Entre depoimentos de apoiadores, fotos em comícios e resultados de pesquisas, os postulantes usam principalmente o Instagram e o Facebook para divulgar a campanha.
Segundo dados levantados pelo Metrópoles com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os cinco candidatos que mais aplicaram verba para aumentar o alcance de posts são do Nordeste, sendo dois do Ceará e três de Pernambuco.
O candidato que mais investiu nas redes foi Roberto Cláudio, que tenta o governo do Ceará pelo PDT. No total, o pedetista desembolsou R$ 2,07 milhões. Somente no Instagram, ele tem 231 mil seguidores.
Na última pesquisa Ipec realizada no estado, divulgada em 1º de setembro, Roberto Cláudio tinha 28% das intenções de voto, o segundo lugar numericamente. O índice, no entanto, o deixou em empate técnico com Capitão Wagner (União Brasil), que lidera a disputa no estado, com 32%.
Em segundo lugar no ranking está Elmano de Freitas (PT), que também busca o governo do Ceará e tem 79,6 mil seguidores no Instagram. Na última pesquisa Ipec, o petista pontuou 19% e ficou em terceiro lugar nas intenções de voto.
Os outros três candidatos que completam o top 5 do ranking são de Pernambuco. Raquel Lyra (PSDB) aplicou R$ 669 mil e, de acordo com o último levantamento do Ipec, está em segundo lugar. A candidata aparece 25 pontos atrás da primeira colocada, Marília Arraes (Solidariedade).
Em seguida, aparecem Miguel Coelho (União Brasil), que investiu R$ 620 mil no impulsionamento de publicações, e Anderson Ferreira (PL), que gastou R$ 520 mil. Na última Ipec, Coelho apareceu em quarto lugar, com 8%, enquanto Ferreira ficou em terceiro, com 12%.
Em sexto lugar, está Tarcísio Freitas (Republicanos), com R$ 467 mil. Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro é candidato ao governo de São Paulo. Na última pesquisa Ipec para o estado, Tarcísio apareceu em segundo lugar nas intenções de voto, com 22%. Fernando Haddad (PT) ocupa a primeira posição, com 34%.
Em julho deste ano, o TSE definiu quanto cada candidato a governador pode utilizar na campanha. Os valores variam de acordo com a unidade da Federação. São Paulo tem o maior limite de gastos, de R$ 26 milhões. Acre, Amapá e Roraima têm o menor: R$ 3,5 milhões, cada.
Regulamentado pelo TSE
O TSE regulamentou o uso de verbas da campanha para impulsionamento de publicações nas redes sociais em 2018, mas definiu algumas regras.
De acordo com o órgão, o postulante pode pagar para que seu post tenha visibilidade maior nas redes sociais, mas a tática não pode ser feita com o uso dos chamados “robôs”, que distorcem o número de visualizações do conteúdo. Além disso, esse tipo de propaganda está vetada no dia das eleições.
A Justiça Eleitoral também determinou que os posts não podem ter como único objetivo desqualificar o adversário. Caso haja descumprimento dessa regra, o conteúdo deverá ser retirado das redes ou deve haver direito de resposta, também impulsionado.