O Orçamento do governo da Argentina para o próximo ano prevê um crescimento modesto de 2% da economia, com a inflação recuando para uma alta ainda expressiva de 60%, disse um membro do governo a repórteres na quinta-feira, conforme o país enfrenta uma crise econômica prolongada.
O plano de gastos proposto também projeta um déficit fiscal primário em 2023 de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), em linha com a meta definida em acordo com o Fundo Monetário Internacional. O déficit nominal, que inclui gastos com juros, é estimado em 3,9% do PIB.
A terceira maior economia da América Latina está sobrecarregada por um enorme fardo de dívida, bem como pelo enfraquecimento da moeda, enquanto a coalizão peronista de centro-esquerda, liderada pelo presidente Alberto Fernández, enfrenta uma difícil batalha pela reeleição no ano que vem.
O projeto orçamentário prevê que a despesa pública em 2023 aumentará 65% sobre este ano, alta superior à taxa de inflação esperada para o país no próximo ano.
“O Orçamento é realista”, disse um funcionário sênior do Ministério da Economia em uma entrevista coletiva.
O ministério enviou o Orçamento aos parlamentares, disse o ministro da Economia, Sergio Massa, em um tuíte na noite de quinta-feira.
O Orçamento também prevê um crescimento do PIB de 4% este ano, com os preços ao consumidor subindo a uma taxa anualizada de quase 95%, disse a autoridade.
O funcionário alertou que, caso os parlamentares do Congresso dividido do país não aprovem o plano de gastos, as consequências podem ser graves.
“Se não houver Orçamento, estaremos em uma situação de ‘shutdown’”, disse o funcionário, lembrando que o Orçamento de 2022 não foi aprovado pelo Congresso.