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sexta-feira 16 de setembro de 2022 às 06:24h

O que Marina Silva diz sobre a ofensiva de Lula pelo voto útil de ciristas

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Um dos efeitos do apoio de Marina Silva à candidatura de Lula (PT) à presidência da República, no início da semana, foi segundo a colunista Malu Gaspar, do O Globo, ajudar a reforçar o apelo dos petistas pelo voto útil no ex-presidente já no primeiro turno – o que afeta diretamente a campanha de Ciro Gomes (PDT), de quem Lula pretende tirar votos.

O PT não disfarçou que esse era um dos objetivos do anúncio. O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, chegou a declarar que a adesão de Marina representou “um tapa na cara de Ciro”. Questionado a respeito, Ciro tergiversou. “Não tenho nada com isso. Desejo a ela grande felicidade, é uma mulher de grande valor.”

Para Marina, porém, não há nada que Ciro possa fazer se a campanha pelo voto útil pegar. “Esse é um fenômeno que, se acontece pela sociedade, ninguém controla”, respondeu ela, quando perguntei sobre esse efeito colateral de seu apoio a Lula. “Em 2018 isso rolou comigo também”, disse. ” Os eleitores fazem isso independentemente do que você diga.”

Entre os analistas políticos já se criou até um neologismo para a aposta cada vez mais frequente em relação a Ciro: a de que, até o dia do primeiro turno, o pedetista vai “marinar”. A expressão é uma referência ao fato de que, em 2018, Marina chegou às vésperas da eleição com 8% das intenções de voto no Datafolha – quando se abriram as urnas, porém, ela teve só 1% dos votos.

Na época, também houve uma grande discussão na esquerda, e até mesmo na Rede, o partido de Marina, sobre o apoio ao Ciro como forma de levá-lo ao segundo turno, já que, em meados de setembro de 2018, o Datafolha mostrava que Ciro e Haddad estavam empatados com 13% das intenções de voto. Ao final, Haddad teve 22% do votos e Ciro manteve os 13% previstos pela pesquisa.

Marina diz que não pretende defender o voto útil e que “toda candidatura é legítima”. Mas diz que também é legítimo “ganhar votos”. “Em 2018, teve um monte de gente altamente relevante que sempre esteve comigo e fizeram isso”, lembra. “Tentei resistir como pude, mas muitas pessoas que iam votar em mim votaram no Ciro”, afirmou.

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