De acordo com levantamento do Ipespe divulgado na última sexta-feira (9), Tarcísio tem 21% e Rodrigo aparece com 15%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais —o que significa um empate técnico. Fernando Haddad (PT) lidera com 33%.
Disputa pelo voto de direita. Além do empate na pesquisa, o confronto entre Tarcísio e Rodrigo é esperado por causa do contexto desta eleição.
Enquanto Haddad aglutina o voto da esquerda, os dois principais adversários disputam o eleitorado de direita —por isso, seus discursos acabam sendo puxados por temas em comum, como a segurança pública.
A estratégia de Tarcísio para o debate. Ciente de que o confronto direto no debate tem potencial de alterar as intenções de votos, a campanha de Tarcísio já traçou uma tática. O candidato deverá mostrar tranquilidade durante as falas e absoluto domínio dos assuntos.
A avaliação da equipe é que a radicalização não traz benefícios e que Tarcísio ganha mantendo a serenidade. Isto significa não repetir o comportamento do principal cabo eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Também não há nenhuma previsão de acrescentar algum tema à corrida eleitoral. O entendimento da campanha é que a inserção de assuntos novos pode mais atrapalhar do que ajudar.
Colar a imagem a Bolsonaro. Ainda que adote um estilo diferente de fazer campanha, a intenção de Tarcísio é aumentar a associação de seu nome a Bolsonaro. A leitura é que a polarização está ditando o ritmo da eleição a governador de São Paulo.
Neste contexto, Tarcísio se beneficia ao colar em Bolsonaro, Haddad ganha ao se vincular a Lula e Rodrigo não tem padrinho para mostrar.
O ex-governador João Doria (PSDB) levou Rodrigo do DEM para o PSDB, mas os dois se distanciaram em março, quando Doria ameaçou desistir da disputa pela Presidência e terminar o mandato estadual, o que atrapalharia os planos eleitorais de Rodrigo. Depois, Doria retirou sua candidatura e hoje é rejeitado pelo eleitorado —por isso, Garcia tenta se afastar.
Eleição entra em nova fase nesta semana. A campanha de Tarcísio pondera que a disputa terá outra dinâmica a partir de 15 de setembro —quinta-feira. O entendimento é que, faltando duas semanas para a votação, o eleitor analisa as candidaturas com mais atenção para escolher um nome ou confirmar a intenção de voto.
Neste momento, vale a reputação criada pelas propagandas no rádio e TV. A campanha informa que Tarcísio continuará a investir na imagem de homem que fez a máquina do Ministério da Infraestrutura funcionar e que vai repetir o desempenho no governo de São Paulo.
Espalhando a palavra. A reta final também impõe a prioridade de transmitir a mensagem escolhida pelo candidato ao maior número possível de eleitores. O foco de Tarcísio será a Região Metropolitana de São Paulo, que concentra quase metade dos eleitores do estado —são 16,4 milhões de eleitores registrados em 39 municípios, contra 18,2 milhões no restante do território paulista.
O interior será alcançado por entrevistas a afiliadas das emissoras de TV de cada região. Nas cidades onde for fechada entrevista presencial, também haverá evento de campanha.