Após ter tido a candidatura barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) na última terça-feira (6), o ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, assinou a renúncia à vaga de vice na chapa do governador Cláudio Castro, que disputa a reeleição, conforme adiantou o blog Extra, Extra, da jornalista Berenice Seara. Não está batido o martelo, no entanto, sobre quem será o novo postulante a vice.
Depois de um jantar nesta quinta-feira entre Castro e representantes do União Brasil — maior partido de sua coligação e que reivindica a indicação à vaga — o nome que permanece mais forte é o do deputado federal Vinicius Farah (União). Mas ainda não se fechou posição oficialmente sobre o substituto de Reis.
Além da derrota no TRE, Washington Reis também foi alvo, no primeiro dia de setembro, de uma operação que mirava um esquema na Saúde em Duque de Caxias quando ele foi prefeito da cidade, em contratos que somavam mais de R$ 500 milhões. A ação da Polícia Federal já havia gerado pressão sobre a campanha de Castro para que o vice fosse mudado, embora Reis tenha negado todas as acusações.
Mais cedo, durante sabatina no SBT, Castro chegou a reiterar a esperança de que Reis pudesse ser mantido na chapa, ao afirmar que a definição sairia até a próxima segunda-feira. O próprio ex-prefeito de Duque de Caxias, no entanto, já reconhecia os obstáculos para se manter na corrida eleitoral.
Ao jornalista Rafael Galdo, do O Globo, ele afirmou que confiava na reversão de sua situação na Justiça. Porém, admitia que o maior risco era o prazo para isso, uma vez que 12 de setembro é a data limite para o julgamento das ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e substituição de candidatos a cargos majoritários.
— Meu direito é ótimo. Meu maior problema é prazo. Não posso deixar correr risco a campanha do governador. Ele vai continuar contando comigo, com o mesmo empenho. Para mim é indiferente ser candidato a vice. Política é parceria. E o importante é o estado continuar avançando, melhorando a condição da população. O que o governo fizer, sou soldado — disse Reis, enquanto estava em ato de campanha em Duque de Caxias, no começo da tarde.
Contra o ex-prefeito, pesa o entendimento dos desembargadores de que ele está inelegível em função de condenações por crimes ambientais, referendada na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana. O relator do caso, o desembargador Luiz Paulo da Silva Araujo Filho, argumentou que “está totalmente integralizada a hipótese de inelegibilidade” de Reis, que recorrerá da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Apesar de Farah ser o mais cotado para a vaga de vice, foram ventilados também nomes como o deputado estadual Márcio Canella (União), o vereador do Rio Alexandre Isquierdo (União) ou Rosenverg Reis (MDB), irmão de Reis.