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Lula e Bolsonaro - Foto: Ricardo Stuckert/Adenir Britto/PMSJC/Divulgação
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domingo 4 de setembro de 2022 às 17:42h

Programa de privatização expõe antagonismo entre Lula e Bolsonaro

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Se, em geral, o mercado financeiro não aposta em grandes divergências na política macroeconômica entre um eventual governo Lula (PT) e um possível novo mandato de Bolsonaro (PL), na área de privatizações, a tendência segundo o Estadão, é de antagonismo, ao menos em relação às grandes estatais brasileiras.

Economistas e gestores acreditam que, no caso de Bolsonaro ser reeleito, o caminho para a venda da Petrobras, a maior estatal do País, poderia começar a ser trilhado – medida rechaçada pela equipe petista.

“Em um novo mandato do Bolsonaro, acho que aconteceria não só a venda de ativos da Petrobras, mas também o trabalho de preparação para ela ser privatizada”, diz o sócio da Mauá Capital Luiz Fernando Figueiredo. Ex-diretor do Banco Central, ele afirma acreditar que Lula faria apenas concessões marginais.

Sobre desestatizações, o programa de governo do candidato do PT destaca apenas que se opõe à privatização da Petrobras, da Eletrobras, dos Correios e da Pré-sal Petróleo.

Lula tem reiterado que as estatais precisam trabalham em benefício do povo brasileiro. O programa de Bolsonaro afirma que “ampliar e fortalecer o processo de desestatização e concessões da infraestrutura nacional” foi uma das “premissas do governo atual e continuará sendo no próximo mandato”.

Apesar de o governo Bolsonaro não ter conseguido fazer tudo o que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretendia na área – ele havia prometido a venda dos Correios, do Porto de Santos, da Pré-sal Petróleo, além da Eletrobras -, os analistas do mercado financeiro destacam que o presidente avançou consideravelmente nas desestatizações. Na campanha, Guedes disse que as privatizações somariam R$ 1 trilhão no governo Bolsonaro.

De qualquer forma, a percepção do mercado financeiro é de que o trabalho foi cumprido. “O governo de Bolsonaro teve um programa robusto de privatizações e a Eletrobras foi a joia da coroa”, afirma o estrategista-chefe da gestora RPS, Victor Candido. Ele aponta que a visão do mercado é de que uma empresa estatal é ineficiente e que acaba sendo alvo de uso político.

Para Cândido, a discussão em torno da privatização da Petrobras começou a ganhar corpo por conta da questão das altas do combustível, o que levou a uma série de mudanças na presidência da estatal por Bolsonaro. “Acho que acalmando, esse assunto perde força. O que deve acontecer é uma continuidade de venda de ativos pela Petrobras e diminuição de venda em outros setores”, comenta.

Além de refinarias. está em processo de venda a participação da estatal na petroquímica Braskem, por exemplo. Uma venda importante finalizada ano passado foi a da BR Distribuidora, hoje Vibra.

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