Na necessidade de driblar o coeficiente eleitoral e garantir a maior bancada possível, os partidos investem em alguns nomes chamados de puxadores de voto.
Segundo Luísa Marzullo , do O Globo, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP) são deputados federais candidatos à reeleição que têm em comum a grande projeção e a capacidade de mobilizar votos nas eleições deste ano. Afinal, foi o que fizeram há quatro anos quando se tornaram o primeiro, o quarto e o sexto candidatos mais votados do estado de São Paulo, respectivamente. Por isso, deveriam, em tese, ser nomes privilegiados por seus partidos na hora da repartição do fundo eleitoral, o que, até o momento, não ocorreu.
No caso do PL, sigla do presidente Jair Bolsonaro, que possui a maior bancada da Câmara dos Deputados (77), os deputados de destaque receberam, em média, R$ 500 mil. Esta quantia foi distribuída para Eduardo Bolsonaro e Hélio Lopes, candidatos que tiveram o maior número de votos na corrida em São Paulo e no Rio de Janeiro em 2018, respectivamente. O mesmo valor foi dado a Tiririca (PL-SP), Capitão Augusto (PL-SP), Carlos Jordy (PL-RJ) e Luiz Lima (PL-RJ), todos bem posicionados no ranking de eleitos no último pleito.
O PL, no entanto, forneceu mais verba para a Policial Katia Sastre (PL-SP), que levou R$ 600 mil, e para o Pastor Marco Feliciano (PL-SP) e a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que receberam R$ 1 milhão cada. Nas últimas eleições, Zambelli ficou em 57º lugar em um cenário de 70 cadeiras disponíveis na Alesp. Mas, desde então, assumiu protagonismo como umas das mais ferrenhas defensoras do bolsonarismo e é considerada uma aposta do partido para outubro.
Já no PT, partido do ex-presidente e candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva, terceira sigla com mais representantes na Câmara dos Deputados (56), todos os puxadores de voto ganharam R$ 1 milhão do fundo. Rui Falcão (PT-SP), Carlos Zarattini (PT-SP), Natalia Bonavides (PT-RN) e Gleisi Hoffmann (PT-RS) receberam o mesmo valor.
No caso do União Brasil, que atualmente conta com 51 deputados federais, Kim Kataguiri foi preterido. Quarto lugar no último pleito, ele recebeu apenas R$ 300 mil do diretório municipal. No Rio, Daniela do Waguinho (União-RJ), nome que teve bom desempenho na última eleição e também é candidata à reeleição, ganhou R$ 2 milhões. Há duas semanas, a Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP) contestou a candidatura de Kataguiri por três multas eleitorais em aberto. No entanto, seu registro já foi julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e está regular.
O mesmo ocorreu com a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP). A candidata, que teve a sexta maior votação no estado em 2018, ganhou pouco mais de R$ 180 mil. O líder da bancada do partido, Bira do Pindaré (PSB-MA), recebeu R$2,5 milhões.
No MDB, a disparidade de valores também marcou duas candidaturas a deputado federal. Baleia Rossi (MDB-SP) ganhou R$ 1,5 milhão a menos que Otoni de Paula (MDB-RJ), dois candidatos que mobilizaram votos em seus estados em 2018. Rossi recebeu R$ 1 milhão, enquanto o carioca foi privilegiado com R$ 2,5 milhões.