Boa parte do segmento empresarial que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem uma data definida para decidir se segue com ele ou se desembarca de vez: o 7 de setembro, diz a colunista Bela Megale.
De acordo com a colunista, o fator determinante será o tom das falas de Bolsonaro nesta data. Se o presidente voltar a colocar as urnas em xeque e manifestar novamente seu ímpeto golpista, muitos executivos garantem que migrarão para Lula.
Em uma reunião recente, um grupo de empresários que chegou a se encontrar com Bolsonaro afirmou que, apesar de ter mais sintonia com as pautas do atual governo, sabe que o petista não trará surpresas e prefere a estabilidade do que “rompantes golpistas”.
O recado já chegou a integrantes da campanha, que atuam intensamente para que Bolsonaro se contenha na data. Auxiliares do chefe do Executivo afirmam que hoje a tendência é que ele não discurse no desfile de Brasília, mas que faça uma fala no Rio de Janeiro. A campanha trabalha para que o presidente esqueça o tema das urnas e do Judiciário e foque na “liberdade de expressão”, sem ataques.
O gesto do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, de acatar mais uma sugestão feita pelos militares sobre a segurança das urnas tem sido o principal argumento dos bombeiros do Planalto. Todos sabem, porém, que Bolsonaro fará o que bem entender, como é de praxe.