O Produto Interno Bruno (PIB) cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano, com a recuperação do mercado de trabalho e medidas de estímulo à economia impulsionando o consumo.
A mediana das projeções de economistas ouvidos pela Bloomberg era de alta de 0,9%. No primeiro trimestre, o avanço havia sido de 1%.
O saque extraordinário de R$ 1.000 do FGTS, entre maio e junho, foi um dos fatores que contribuiu para a expansão da atividade econômica, assim como o adiantamento do 13º salário de servidores. Com mais dinheiro em mãos, trabalhadores puderam comprar mais produtos e serviços.
A queda da taxa de desemprego também contribui para dar fôlego à economia. A população ocupada vem renovando recordes e, embora o rendimento ainda esteja baixo do registrado em 2021, ele vem crescendo nos últimos meses.
Do ponto de vista da produção, o setor de serviços – responsável por 70% do PIB – continuou a crescer, com retomada de eventos presenciais e expansão dos transportes.
Perspectivas para o ano
O aumento do valor do Auxílio Brasil para R$ 600 a partir de agosto, bem como a criação do auxílio para taxistas e caminhoneiros, contribuem para manter o consumo em expansão no terceiro trimestre.
A essas medidas eleitoreiras, soma-se o corte de ICMS para serviços como energia e combustíveis, desde julho, que vem abrindo espaço no orçamento das famílias e contribuindo para que o país tenha deflação.
Por outro lado, os juros estão em patamar muito elevado, e o nível do endividamento das famílias está em nível recorde, o que pode fazer com que o consumo perca fôlego.
O risco de recessão mundial também pode frear o ritmo de avanço da economia brasileira. Nesta semana, o mercado financeiro melhorou os prognósticos para o PIB deste ano, de crescimento de 2,02% na semana passada para 2,10%.
Já a previsão para 2023 caiu de 0,39% para 0,37%, de acordo com o relatório Focus publicado pelo Banco Central (BC) na segunda-feira.