A empresa de infraestrutura energética Orion-E anunciou nesta terça-feira um acordo para desenvolvimento e entrega de usinas solares fotovoltaica à comercializadora Bolt Energy.
Os projetos, enquadrados na modalidade de geração distribuída, somam 500 megawatts (MW) de potência e devem exigir cerca de 3,2 bilhões de reais em investimentos, disse à Reuters o CCO da Orion-E, Hugo Albuquerque.
Pelos termos da parceria, a Orion-E fica responsável por desenvolver os empreendimentos, validar a parte técnica e a estruturação financeira, além de auxiliar no financiamento da usina construída e já performada.
Já a Bolt fará a parte comercial junto aos consumidores finais, atuando na venda e compensação da energia gerada. Para comercializadoras, possuir ativos próprios de geração vem se tornando cada vez mais importante para garantir lastro energético nas operações de compra e venda de energia junto aos clientes.
As usinas solares do projeto com a Bolt, batizado de Rigel600, ficarão espalhadas em vários Estados do país, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal, e serão entregues ao longo dos próximos 24 meses.
Segundo Albuquerque, a Orion-E, que iniciou operações no ano passado, já possui uma carteira de 1,2 GW em projetos de diferentes portes das fontes solar e eólica desenvolvidos ou em desenvolvimento. A empresa não revela quantos de seus empreendimentos já estão operacionais ou nomes de outros clientes.
O executivo afirma que a estratégia da Orion-E é atuar numa “lacuna” do mercado, agregando mais serviços aos clientes do que uma simples EPCista construtora de projetos. Para isso, apoia-se na expertise de outras empresas do grupo controlador –a Orion-E é uma investida da One Serviços Digitas, fintech de empréstimos consignados com atuação também nos ramos de logística, reciclagem, arte, moda e varejo de luxo.
Nos próximos anos, a companhia tem a meta de investir um total de 5 bilhões de reais nos segmento de geração distribuída (usinas de pequeno porte), geração centralizada e microgeração.
O montante inclui recursos para o acordo com a Bolt e outros projetos paralelos, como o “Três Marias”, voltado a soluções energéticas para o pequeno produtor do agronegócio.
O projeto Três Marias, cujo piloto será lançado nos próximos meses com 300 propriedades rurais, prevê colaboração com a agricultura familiar, arrendando terras para a produção de energia solar na modalidade da microgeração, com 75 kilowatts-pico (kWp).